O secretário
da Segurança Pública (SSP), Maurício Barbosa, determinou o afastamento dos sete
policiais militares que participaram da ação que resultou na morte do jovem
Carlos Alberto Conceição dos Santos Júnior, de 22 anos, na manhã de
quinta-feira, 13, no Nordeste de Amaralina.
O secretário
argumentou que o afastamento dos PMs visa garantir isenção na investigação.
"Todos querem saber a verdade. Estou aberto a receber a família do rapaz e os
moradores, para que possam expor o que testemunharam”, continuou Barbosa.
Por fim, o
secretário afirmou que, uma vez comprovada a responsabilidade dos PMs
envolvidos na ação, a SSP adotará as medidas disciplinares necessárias. "Se, de
fato, apurarmos que houve alguma ilegalidade nessa diligência”, frisou.
Por meio de
nota, a Polícia Militar informou que já foi instaurado um Inquérito Policial
Militar (IPM), a cargo do capitão Sérgio Malvar Costa, que pediu a perícia nas
armas dos envolvidos no caso e também na Rua Aurelino Silva, conhecida como
Olaria, onde o jovem morreu.
De acordo
com a nota, 11 testemunhas já foram ouvidas desde a tarde de anteontem, horas
depois de Carlos Alberto ter sido baleado na cabeça. A PM informa que os sete
policiais ficarão afastados das atividades de rua enquanto durar o IPM, que
pode ser concluído em 40 dias.
Funeral
No funeral
de Júnior, realizado na tarde desta sexta, 14, no cemitério Campo Santo, o pai
do rapaz, o professor de capoeira Carlos Alberto Conceição dos Santos, 53,
conhecido como Mestre Bozó, disse não crer nas medidas anunciadas pelo
secretário. "Só acredito quando forem mostradas as fotos e os nomes desses
policiais”, cobrou.
Integrantes
da Superintendência de Prevenção à Violência (Sprev) da SSP estiveram no
cemitério e confirmaram ter um encontro marcado com parentes do jovem morto às
10h da próxima segunda-feira, na sede da Sprev, no Iguatemi
No dia da
operação policial que resultou na morte de Júnior, moradores do Nordeste
fecharam a Rua Visconde de Itaborahy, em Amaralina, em protesto. Uma nova
manifestação foi prometida por eles para hoje, no bairro. Júnior era primo de
Joel Conceição Castro, morto aos 10 anos, baleado por PMs em 2010. "A gente não
tem mais esperança. Isso não pode ficar mais impune”, desabafou Joel Castro,
43, pai do menino. Fonte; A tarde |