Depois de ser
preso por volta das 3h desta terça-feira, em Itirapina (SP), o estudante Thomas
Hiroshi Haraguti, de 33 anos, disse que matou a professora de Português, Simone
de Lima, de 27, porque "estava com raiva dela, uma raiva insuportável”. O aluno
queria namorar a sua professora de Português, mas foi rejeitado.
"Foi crime passional, ele nutria por
ela uma paixão avassaladora e, como foi rejeitado, decidiu matá-la”, disse o
tenente Ademar Gregolim Júnior, de 35 anos, comandante regional da Polícia
Militar, em Itirapina. O estudante deu sete facadas na professora, surpreendida
pelo assassino na Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo no começo
da noite de segunda-feira, 11. Ele também queria matar um colega.
"Um estudante chamado Ramon fazia "o
meio de campo”, levando recados de Haraguti para Simone. Como não deu namoro,
ele quis matar Ramon por causa das brincadeiras do colega”, contou o tenente,
que comandou a equipe que prendeu o acusado. Ele fugiu durante uma chuva forte,
atravessou uma mata e entrou em um canavial, onde foi encontrado deitado. "Ele
estava com a arma do crime, uma faca de 24 centímetros”, explicou. O padrasto
de Haraguti reclamou do enteado.
"Ele (padrasto) nos contou que o
entregaria para nós, e afirmou que o estudante tem "cabeça fraca” e que era usuário
de drogas”, contou o tenente, ressalvando, porém, que Haraguti não tinha
passagem pela polícia. $Revolta$ Após ser preso, o estudante passou pela
delegacia de Itirapina e, depois, foi levado para a Cadeia Pública de Rio
Claro. Ele deverá ser transferido para a P 2 de Itirapina. A reportagem apurou
que os mais de três mil presos da penitenciária estão revoltados com o crime.
Por isso, Haraguti ficará sozinho em uma cela.
Os 12 mil moradores de Itirapina
também estão revoltados. "Nunca vi nada igual”, completou o tenente,
referindo-se à comoção na cidade. As aulas na Escola Estadual Professor Joaquim
de Toledo Camargo foram suspensas nesta terça e quarta-feira. Na escola, o
acusado era aluno do programa Educação de Jovens e Adultos (Eja). Fonte: Correio |