O Superior Tribunal Militar (STM) apreciou recentemente um caso inédito
de intolerância religiosa dentro de um quartel do Exército, no Rio de
Janeiro. Em decisão unânime, a corte mantevea condenação do
terceiro-sargento José Ricardo Mitidieri a dois meses de prisão pelo
crime de constrangimento ilegal. O sargento, porém, conseguiu o direito
da suspensão condicional da execução da pena por dois anos, caso não
volte a ser denunciado por outro crime durante este período. De acordo
com a denúncia do Ministério Público Militar (MPM), o sargento, pastor
da igreja evangélica Comunidade Cristã Ministério da Salvação, teria
apontado uma pistola na cabeça do soldado Dhiego Cardoso Fernandes dos
Santos, praticante do candomblé, com o objetivo de "testar" a convicção
religiosa do subordinado. O caso ocorreu em 8 de abril de 2010, no
interior da reserva de armamento do 1º Depósito de Suprimento do
Exército, em Triagem, Zona Norte do Rio. Após ouvir de outros militares
que o soldado Cardoso dizia que tinha o "corpo fechado", o sargento
Mitidieri se dirigiu ao local onde o subordinado estava com uma pistola 9
mm em punho. Em seguida, Mitidieri carregou a arma e a apontou na
direção da cabeça do soldado e disse: "Vamos fazer como nos filmes. Você
tem o corpo fechado mesmo?”. Cardoso respondeu que sim e Mitidieri
refez a pergunta outras duas vezes, quando obteve a mesma resposta.
"Então conte até três”, ordenou o sargento. "Não é para você brincar com
coisa séria. Você tem que aceitar Jesus!”, completou. Dias depois,
Mitidieri pediu desculpas ao soldado, dizendo que a munição que havia
colocado na pistola era de manejo, ou seja, não-letal.
Fonte: Bahia Noticias
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