Uma mulher de 61 anos, moradora de
Santos, no litoral de São Paulo, deu à luz um casal de gêmeos na noite
desta terça-feira (23). Segundo o ginecologista Orlando de Castro Neto,
Antônia Letícia e o marido, de 55 anos, tentavam ter filhos havia mais
de 20 anos, sem sucesso, mas após quatro tentativas de inseminação
artificial, Antônia finalmente conseguiu engravidar.
Sofia e Roberto nasceram às 22h30 do dia 23 de outubro, na
maternidade do Hospital São Lucas. Os bebês nasceram de cesárea pesando
cerca de 900 gramas cada um e passam bem. A mãe precisou ficar na UTI
durante 24 horas para estabilizar a pressão, mas já foi encaminhada para
o quarto. O parto precisou ser adiantado por causa de uma hipertensão
severa da mãe, e acabou acontecendo com apenas 31 semanas. Ainda não há
previsão de quando eles receberão alta médica.
O ginecologista Orlando de Castro Neto explica que conhece Antônia
desde 1992, quando ela procurou ajuda para engravidar pela primeira vez.
Nesses 20 anos, segundo ele, foram três tentativas de fertilização e
uma tentativa de adoção frustradas.
"No processo natural, a gente não obteve resultado. Então, há 10 anos
ela partiu para uma fertilização in vitro. Ela fez três tentativas que
não deram resultado. Já que nem naturalmente nem através de fertilização
deu resultado, ela partiu para uma adoção. E o processo de adoção foi
negado pelo fator da idade”, afirmou o médico.
A quarta tentativa de fertilização só foi um sucesso por causa de uma
intervenção do médico. "Criamos um endométrio favorável e fizemos uma
inseminação com dois embriões. Graças a Deus, dessa vez deu certo. Se há
10 anos não tivemos sucesso em nenhuma das três tentativas, nessa, na
primeira tentativa, deu certo. Por ser uma gestação gemelar de um menino
e uma menina, foi super hiper gratificante”, afirma Orlando.
Segundo o médico, a idade não atrapalhou o processo. "A idade não
pesou em nada. A única condição é ter útero. Hoje em dia, por meio de
medicamentos, você consegue fazer o processo. Até o sexto mês ela não
deu nenhum trabalho, tinha uma hipertensão leve que foi controlada, mas
ela me deu muito menos trabalho do que grávidas bem mais jovens”, relata
Neto.
"Acho que o fator de limitação é o histórico clínico da mulher. Isso
revela uma esperança para quem já passou dos 40 e fica preocupado se vai
ter filho com algum mongolismo. Acho que serve de esperança para
aquelas pessoas de mais idade que pretendem ainda engravidar”, diz.
De acordo com o médico, o maior obstáculo foi quebrar o preconceito.
"Quebramos alguns preconceitos sociais. Em 33 anos de formado já fiz
mais de 5 mil partos. Todos são importantes, mas esse especificamente
tem o fato de vencer algo que não conseguimos antes”, diz Orlando.