Não deu. O Vitória criou mais oportunidades
do que o Santos, saiu atrás no placar, conseguiu a virada, mas o 2 a 1
no Barradão foi insuficiente para dar o primeiro título nacional para o
rubro-negro. A ousadia de Ricardo Silva na escalação e a raça dos jogadoresvantagem conquistada na semana passada, na Vila Belmiro.
do Leão não bastaram para impedir que o time paulista exercesse, nesta quarta-feira, 4, a
O Leão, assim, fica com o vice-campeonato da Copa do Brasil, embora
tenha terminado a competição invicto em seu estádio. Foram 21 gols
marcados e apenas um sofrido no campeonato. A torcida, que sempre
esteve presente nas conquistas, aplaudiu bastante o elenco rubro-negro.
A partida – O treinador do Vitória fez o que havia revelado em sua edição impressa: pôs Schwenck e Júnior como
titulares do ataque, fortalecendo o jogo aéreo contra a defesa
santista.
O início da partida foi marcado pela superioridade do Leão. Ciente de
que o gramado do Barradão não permitiria jogar pelo meio durante a
chuva, a equipe rubro-negra se concentrou nos lances pelas laterais.
Assim, o Leão mostrou qual o caminho para surpreender a defesa
alvinegra, já que tinha dois centroavantes bons no jogo aéreo.
Enquanto isso, Ramon tentava atuar nas costas de Arouca, principal
volante do Santos, e Schwenck apoiava as subidas de Nino Paraíba,
caindo atrás de Alex Sandro, fraco na marcação. Ainda aos 17 minutos,
porém, o Vitória sofreu duro golpe: Nino voltou a sentir contusão e
teve de deixar o campo.
A principal arma do Leão, porém, não vinha dando certo: o time até
criava espaços pelas pontas, mas os cruzamentos — quase sempre à
meia-altura — decepcionavam. Os trunfos das duas equipes eram as falhas
das defesas adversárias: Schwenck perdeu gol na cara de Rafael aos 28
do primeiro tempo, após trapalhada de Alex Sandro; no minuto seguinte,
Robinho só não aproveitou bola que passou pelos rubro-negros porque seu
chute bateu na defesa.
Aos 31, o grito de gol saiu, mas foi frustrado segundos depois. No
único bom cruzamento do Vitória na primeira etapa, Schwenck cabeceou
para o gol, mas, ao encarar a torcida rubro-negra, viu o bandeirinha
assinalando impedimento.
Curiosamente, o Vitória sofreu o primeiro gol justamente do jeito que
pretendia marcar: pelo alto. Depois de cobrança de falta, Neymar mandou
colocado na cabeça de Edu Dracena, que se valeu da falha de Anderson
Martins para subir sozinho e marcar.
Os dois times voltaram equilibrados para o segundo tempo. O Vitória,
como esperado, partiu para o chamado "abafa". Deu certo: aos 12, Ramon
recebeu cruzamento na área e, sem se afobar, tocou de cabeça para
Wallace. O zagueiro dominou bonito e chutou. Após desviar na zaga, a
bola tomou o destino das redes.
Precisando da virada, o Vitória tentou pressionar e deu espaços. O
jogo, então, ganhou em animação. Viáfara fez talvez a mais bonita
defesa do ano em chute de Ganso, que até aplaudiu o colombiano. Depois,
Renato, de cabeça, colocou bola no travessão de Rafael.
Na estratégia de jogar mais com o coração do que com a técnica, o Leão
obteve o segundo gol: Neto Coruja encontrou Júnior em ótima condição
dentro da área. O veterano atacante esperou a saída de Rafael e tocou
por cima. O sonho se reconstruía.
Estava iniciada, portanto, a pressão. Durante mais de dez minutos, os
intitulados "guerreiros" da torcida do Vitória pressionaram o gol de
Rafael. Apesar de toda a luta, não deu.
Vitória 2x1 Santos
Segunda partida da decisão da Copa do Brasil 2010
Local: Barradão, Salvador Horário: 21h50
Vitória: Viáfara; Nino Paraíba (Gabriel), Wallace,
Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja, Bida (Adaílton), Ramon (Renato)
e Elkeson; Júnior e Schwenck. Técnico: Ricardo Silva Santos: Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Alex
Sandro; Arouca, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Rodriguinho),
Neymar (Marcel) e André (Marquinhos). Técnico: Dorival Júnior.
Gols: Edu Dracena, aos 44 do primeiro tempo; Wallace, aos 12 do segundo tempo, e Júnior, aos 32 do segundo tempo Cartões amarelos: Anderson, Wallace, Elkeson (Vitória); Edu Dracena, Robinho, Rafael (Santos)
Público: 34.111 pagantes Renda: R$ 1.522.000
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS) Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Erich Bandeira (PE)
|