O cobrador acusado de matar o próprio cunhado a
golpes de pá no bairro de São Marcos no ano passado teve a prisão
temporária decretada. Na tarde desta terça-feira (24), Carlos
Alberto de Carvalho Júnior, 32 anos, foi apresentado à imprensa por
investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A polícia investiga se os dois tiveram relação sexual na noite do crime
- Carlos Alberto teria seduzido o cunhado, gay assumido, para roubar R$
400 da vítima. A vítima, Augusto Anunciação Neto, 35 anos, era
pintor e proprietário da microempresa Barbosa Neto Serviços Ltda -
especializada em reformas de imóveis. O crime aconteceu no dia 26 de novembro na rua Rosalvo Carvalho Silva.
De
acordo com Clelba Regina Teles, delegada do DHPP que coordenou as
investigações, apesar de cunhados, os dois não mantinham uma relação
forte de amizade e mesmo assim, o suspeito, que estava desempregado,
convidou Augusto para ir a um bar, onde beberam por várias horas.
Ainda
de acordo com a delegada, durante a de madrugada, Augusto convidou o
cunhado para ir até a sua casa. No local, a dupla consumiu mais bebida
além de cocaína, até às 6h30, quando Carlos teria ido para casa.
O
corpo de Augusto foi encontrado no mesmo dia, por volta das 14h. Ele
estava nu na cama, com o rosto desfigurado por pancadas dadas com uma
pá. Preservativos usados estavam espalhados pelo quarto da vítima,
segundo a delegada Clelba, que ainda vai apurar se houve relação carnal
entre a vítima e o cunhado.
Sumiço da arma Em
depoimento, o pai de Augusto contou que havia uma pá suja de sangue no
quarto do filho e que pouco antes da polícia chegar no local a
ferramenta desapareceu.
Ele disse ainda que R$ 400 reais,
recebidos pela vítima há poucos dias como pagamento por serviços
prestados, tinham desaparecido - segundo a polícia, o valor foi roubado
pelo assassino.
A perícia apurou que não havia sinais de
arrombamento na residência do microempresário. Revoltados com a morte de
Augusto, um grupo de vizinhos espancou Carlos quando soube que ele era
suspeito pelo crime. Ele ainda exibia os ferimentos da agressão no
momento da apresentação.
Os cunhados moravam em apartamentos
localizados em um sobrado pertencente à família. Carlos mora com a
esposa, Joane Lima Anunciação, irmã da vítima, no primeiro andar do
imóvel. Já Augusto ocupava o imóvel do andar de cima.
Carlos está preso na carceragem da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), à disposição da Justiça.
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