Foram também capturados durante a operação, que contou com o apoio da Coordenação de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) e do Batalhão de Choque da PM, Edílson Duarte de Araújo, ex-servidor da Mastermed e atual chefe de segurança do Atacadão Centro Sul, Wagner Luís Lopes de Souza e Adaílton Araújo de Jesus, ex-seguranças do supermercado, localizado na Calçada.
Além das prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Salvador, no Corredor da Vitória, Liberdade, Plataforma, Dom Avelar, Brotas, Estrada Velha do Aeroporto, Pernambués, Mussurunga, Itapuã, Vila Ruy Barbosa, Alto do Peru e Parque São Cristovão, e em São Sebastião do Passé. Entre os locais estavam a sede da empresa Mastermed, na Avenida Dom João VI, 342, Shopping Boulevard, em Brotas, e Cosmopolitan Mix, na rua Itatuba, Parque Bela Vista.
Duas pistolas (uma delas pode ter sido a utilizada para matar o casal), um revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 12 foram encontradas na casa de Claudomiro César (oficial PM reforçado). Foram apreendidos ainda computadores e documentos, já encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica.
"Sabemos que a motivação do duplo assassinato foi a irregularidade encontrada por Paulo Colombiano no repasse de dinheiro para a Mastermed”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa. Ele acrescentou que R$ 35 milhões foram pagos de taxas extras e que esse valor foi questionado por Colombiano. "Logo após uma reunião com Claudomiro, os seguranças Wagner, Adaílton e Edílson (este já assumiu, em depoimento, que participou da execução) perseguiram o casal até o momento do crime”, explicou.
Investigação
Ao assumir a tesouraria do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano demonstrou insatisfação com o plano de saúde que atendia a categoria. A taxa de administração paga pelo sindicato, cujo repasse mensal era de cerca de R$700 mil, foi considerada alta. Colombiano reduziu despesas geradas pela diretoria do sindicato. Paulo teria sido morto por ter descoberto irregularidades na tesouraria como dívidas junto ao INSS, FGTS e Receita Federal.
Uma perícia realizada na contabilidade do sindicato confirmou irregularidades na empresa que administrava o plano de saúde. Desde o ano de 2005 a empresa recebeu repasses que somados ultrapassam R$106 milhões.
"Ressaltamos a importante participação do Ministério Público e da Justiça, que diante dos fortes indícios deram todo o apoio nas investigações”, destacou o delegado-geral, Hélio Jorge Paixão, informando ainda que as apurações continuam e que se possivelmente outros crimes aparecerem serão também investigados.
Mais de 60 pessoas foram ouvidas durante a investigação, entre familiares, diretores e funcionários do sindicato. A polícia também ouviu pessoas no local do crime. "Foram 120 policiais envolvidos nesta operação. Tivemos um dia bastante proveitoso de trabalho e o importante é salientar que um crime que chocou a população foi elucidado e estamos muito perto de confirmar quais foram os mentores intelectuais do duplo assassinato”, disse o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa, delegado Arthur Gallas.
Fonte: SSP/BA