Enquanto patrões e empregados não se entendem, o povo baiano terá mais
um dia de muita paciência e sacrifício. Ontem, não houve nova rodada de
negociação e o impasse deverá ser resolvido somente amanhã, quando o
Tribunal Regional de Trabalho (TRT) julgará o caso, às 14h.
A vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Graça Laranjeiras, decidiu
antecipar o julgamento do dissídio coletivo, que estava previsto
somente para a segunda-feira, diante dos transtornos provocados para a
população.
Para hoje, a expectativa dos empresários e da
prefeitura é de que os rodoviários cumpram a determinação da Justiça de
pôr nas ruas 40% da frota de 2.742 ônibus nos horários habituais e 60%
nos horários de pico.
O Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros (Setps) anunciou ontem que teve a garantia de que a
Polícia Militar faria a segurança dos veículos que iriam pegar em casa
motoristas e cobradores responsáveis por conduzir os ônibus. Segundo o
assessor de relações sindicais do sindicato, Jorge Castro, ontem os
ônibus foram impedidos de sair das garagens pelos grevistas. "Botamos os
transportes, mas eles quebraram ônibus, fizeram a maior balbúrdia”,
diz.
Mas, segundo o chefe do Departamento de Comunicação Social
da PM, capitão Pitta, a instituição já tinha montado ontem um esquema de
segurança. "A PM está lá para dar apoio aos rodoviários que quiserem
trabalhar, mas não podemos forçar o rodoviário a sentar e dirigir o
ônibus”, destacou o Capitão Pitta.
O vice-presidente do Sindicato
dos Rodoviários (Sintroba), Euvaldo Alves, negou que tenha havido o
impedimento da saída dos veículos. "Fomos para as garagens para cumprir a
ordem judicial, mas não tinha ônibus para os trabalhadores chegarem às
garagens”, explicou.
Como a frota mínima ordenada pela Justiça
não foi às ruas ontem, a Transalvador irá enviar hoje ao TRT um
comunicado do descumprimento da ordem judicial, o que acarretará em uma
multa de R$ 50 mil para o Sintroba. O sindicalista Euvaldo Alves afirmou
que deverá recorrer. "Vamos apresentar nossa defesa, a culpa aí não é
do sindicato”, assegurou.
Negociações Como não houve
acordo nas 14 mesas de negociação entre funcionários e patrões, caberá à
desembargadora Maria das Graças Boness definir qual percentual de
reajuste deverá ser acatado pelas duas partes.
Os rodoviários
pedem um aumento de 13,8% no salário, retorno do pagamento do quinquênio
e o aumento na quantidade e valor dos tíquetes-alimentação. Atualmente,
os rodoviários têm direito cada mês a 26 tíquetes de R$ 10,70, com
desconto de 20% no salário. Eles pedem 30, de R$ 12, com desconto de
10%. O quinquênio, que era pago até 2006 e foi suspenso após acordo
mediado pelo TRT, concede reajuste de 5% para cada cinco anos de
contrato.
O Setps mantém proposta de 4,98% de reajuste ao salário
e ao tíquete, e se nega a conceder o quinquênio e o aumento no número
de tíquetes- alimentação.
Fonte: Correio*
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