Um jovem de 17 anos morre em Salvador após passar por em três hospitais
sem que se descobrisse o que ele tinha. Na quarta tentativa, nesta
quinta-feira (30), o rapaz não resistiu e morreu. A família suspeita de
dengue hemorrágica, por conta da indicação de plaquetas baixas em um
exame, mas a doença não foi confirmada, segundo a Secretária Municipal
de Bahia.
A visita aos hospitais começou na terça-feira (29). Com dor de cabeça e
vomitando, ele foi ao Hospital do Subúrbio, onde passou por uma
avaliação clínica. De lá, o jovem foi mandado para a unidade de
emergência Doutor César Vaz de Carvalho, no bairro de Valéria. Felipe
Santos ficou no soro e foi liberado sem passar por exames, segundo a
família.
Na quarta-feira (29), já com dores mais fortes na cabeça e com muita
febre, foi levado para o 5° Centro de Saúde. Depois de fazer um exame de
sangue, começou a suspeita de dengue.
"Foi constatado que realmente as plaquetas estavam muito baixas, mas
ainda assim a médica disse que não era caso para internamento. Mandou
voltar em 24 horas para repetir o exame de sangue", conta a mãe do
jovem, Dalva Conceição.
A médica receitou um analgésico e liberou o jovem. Felipe voltou pra
casa e piorou na madrugada desta quinta-feira. Inconsciente e vomitando
sangue, ele voltou ao Hospital do Subúrbio, mas já era tarde. O óbito
foi registrado às 6h15.
O gerente médico da unidade, Jorge Motta, disse que no primeiro
atendimento, feito na terça-feira, Felipe foi avaliado corretamente.
Como os sintomas eram de gripe, ele foi encaminhado para uma unidade
menor. Na sexta-feira (31), a direção do hospital deve procurar a
família do jovem.
No posto de Valéria, foi informado que só a assessoria de comunicação
poderia falar sobre o assunto. Já no 5° Centro de Saúde, o responsável
pela unidade não foi encontrado e a médica não estava de plantão. A
médica que atendeu Felipe no 5° Centro foi procurada durante esta tarde,
mas não foi achada. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou
que o jovem recebeu atendimento adequado e que o quadro dele, quando foi
liberado do quinto centro, não era grave. A nota diz ainda que testes
realizados no laboratório central descartaram a morte por dengue.
"É uma falta de respeito com o ser humano, porque chegar a um local e
mandar você para casa, de volta, porque não tem nada? E no dia seguinte
falecer? O que é que me diz sobre isso?", relata a irmã, Priscila
Sacramento. Parentes e amigos de Felipe Santos do Sacramento não
acreditam na morte tão rápida do jovem. "Um menino cheio de saúde, o vi
ontem de pé e hoje ele na cama assim", lamenta o amigo Wilsson Araújo.
Fonte: G1
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