O que é pior: comprar em uma loja virtual obscura que não entrega seus
produtos ou desembolsar R$1.400 em uma loja , digamos assim, com nome no
mercado, e receber dois tijolos no lugar de um notebook? Seria cômico
se não fosse trágico, mas o caso é verídico e aconteceu com o produtor
baiano Maurício Gomes que levou um susto ao abrir a embalagem de um
produto comprado pela internet.
Maurício conta que há menos de uma semana comprou um notebook em um
site e recebeu na terça-feira (4) no lugar dois tijolos em uma caixa que
não estava lacrada. Segundo ele, o produto havia chegado alguns dias
antes do prazo previsto.
"Achei que fosse uma pegadinha, comprei um notebook e recebi material
de construção. Fiz o pedido na última quinta-feira (29) e estava
acompanhando a compra pela internet. Era para chegar até o dia 17, achei
rápido demais", observa.
Segundo o produtor, o saco plástico que envolvia a caixa do notebook
parecia estar fechado, mas na verdade já havia sido aberto e o lacre da
caixa estava violado. Maurício relata que já comprou no mesmo site
outras vezes e não teve problemas antes. Os dois tijolos entregues no
lugar do notebook custaram R$ 1.400, pagos no cartão de crédito.
O produtor conta que está tentando cancelar a compra com a
administradora do cartão. Maurício já entrou em contato com a loja, que,
segundo ele, informou que irá apurar o ocorrido e lhe dará um retorno
em até quatro dias. "Acho que o problema foi causado no transporte. O
pacote veio em nome da loja, mas não tem nota fiscal, nada, só o manual
que seria do computador", conta.
Maurício foi até a 16ª Delegacia, que fica no bairro da Pituba, em
Salvador, e à Delegacia de Furtos e Roubos, na Baixa do Fiscal, para
registrar uma queixa, mas a polícia disse que ele não podia registrar um
Boletim de Ocorrência (BO), por se tratar de um crime de internet. Ele
foi orientado a procurar o Procon.
De acordo com Daniela Neves, coordenadora dos postos de atendimento do
Procon-BA, o caso de Maurício é o primeiro relato que ela tem de
situações semelhantes no estado. A maioria das reclamações feitas em
relação a compras na internet, informa a coordenadora, são sobre o não
recebimento de produtos ou o atraso na entrega da mercadoria.
Em casos como o de Maurício, Daniela orienta que consumidor deve
registrar uma reclamação no Procon e também no Juizado de Defesa do
Consumidor. "O ideal é que o consumidor junte toda a documentação da
compra, guarde a embalagem e abra uma reclamação no Procon e no
Juizado”, explica.
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