Policiais militares da 16ª Companhia Independente prenderam, na tarde
desta sexta-feira (26), no bairro do Comércio, um homem conhecido como
"Josuel Cardoso”. A identidade é falsa, mas o indivíduo tem "fama na
praça”. Ele - que na verdade se chama Evandro Batista de Oliveira, 47
anos - é acusado de se passar por fiscal da Superintendência de Controle
e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para aplicar golpes
em pequenos comerciantes da cidade. Quem explica a fraude é o verdadeiro
titular da Sucom, Cláudio Silva.
"Temos informações de que ele vem atuando há mais de um ano. O cara
verifica na nossa página na internet as empresas que entraram com o
pedido de regularização. É um dado público. Diante disso, se apresenta
no estabelecimento comercial oferecendo o serviço. De acordo com
testemunhas, ele usa um crachá da Sucom, que deve ser falsificado, e
cópias de fichas originais, que podem ser retiradas por qualquer pessoa
nos postos de atendimento”.
Cláudio Silva informa ainda que "a Sucom não faz nenhuma arrecadação
utilizando fiscais, isso só feito por meio de um Documento de
Arrecadação Municipal (DAM) , que nada mais é um guia de recolhimento de
impostos e taxas municipais". Evandro Batista foi abordado após aplicar um golpe numa lanchonete no
bairro de Ondina, zona nobre da cidade. O "fiscal 171” se apresentou ao
proprietário da casa comercial e disse que o letreiro da fachada estava
em desacordo com a lei municipal que regula o serviço de publicidade.
Então, ofereceu a possibilidade de regularizar a situação com o
pagamento de R$ 300. O empresário, que preferiu não se identificar,
pagou o valor solicitado. Mas, estranhou o fato do suposto funcionário
da Sucom não chegar ao local num carro oficial e ter ido embora às
pressas num ônibus.
A vítima seguiu o veículo e acionou a polícia. O acusado foi abordado
nas imediações da empresa de telemarketing Contax. Ele foi encaminhado
para a Delegacia de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Dreof),
na Baixa do Fiscal, onde, durante depoimento, admitiu as fraudes e
alegou dificuldades financeiras e para saldar dívida com um agiota, que
segundo ele, já foi quitada.
O acusado, que mora na Liberdade, confessou que agia há quase dois meses
e se disse arrependido: "Eu errei, mas nunca mais vou passar nem perto
da porta da Sucom".
Com ele foram encontrados documentos, dinheiro e comprovantes de depósito em nome
Paulo Grasso Saraiva, que
segundo informações preliminares trata-se de um policial civil. O
estelionatário ficará à disposição da Justiça na carceragem da Delegacia
de Furtos e Roubos, na Baixa do Fiscal, e vai responder por uma série
de crimes, entre eles falsa identidade, uso de documento falso e
falsificação de documento público.
Fonte/Fotos: Roberto Viana/Bocão News |