Apontada como mandante de nada menos que 30
homicídios, pouco mais de dez meses depois de ser presa, a traficante
Maria Lúcia dos Santos Gomes, a Nem Gorda, conseguiu uma liminar que lhe
concedeu o direito de ficar em casa.
Solta na manhã de terça (20), Nem Gorda estaria com
problemas de saúde e, por isso, foi beneficiada com a prisão domiciliar.
Em sua decisão, no dia 15 de março, o juiz Paulo Sérgio Barbosa de
Oliveira diz que converteu a prisão preventiva em prisão domiciliar
baseado no artigo 318 do Código de Processo Penal.
O inciso II do artigo reza que "poderá o juiz
substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente estiver
extremamente debilitado por motivo de doença grave”. Não se sabe do que
sofre Nem Gorda. O CORREIO tentou falar com o advogado da traficante,
Antônio Carlos dos Santos, mas não conseguiu contato. Antes custodiada
no Conjunto Penal Feminino, no Complexo Penitenciário da Mata Escura,
Nem Gorda agora vai ser "obrigada” a ficar o tempo todo em casa.
Segundo o juiz que concedeu a liminar, ela só
poderá sair de casa com autorização judicial. Nem Gorda foi presa no dia
15 de maio do ano passado, durante operação das polícias militar e
civil, na localidade do Alto do Tanque, em Periperi, de onde ela é
acusada de comandar o tráfico em boa parte do Subúrbio Ferroviário.
Nem Gorda foi presa acusada de ser a mandante do
assassinato de Alaíde Queiroz dos Santos, 70 anos, morta com vários
tiros na Rua Amazonas, em Praia Grande. Mas a polícia acredita que a
líder do temido Bonde da Nem pode estar envolvida nos assassinatos de
pelo menos 30 pessoas.
Escondendo-se na figura de líder comunitária
festeira e bem articulada com artistas e políticos, nem Gorda é acusada,
inclusive, de mandar matar os comparsas que queriam deixar o grupo.
Fonte: Correio*
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