Depois de várias internações, o humorista e escritor Millôr
Fernandes, de 88 anos, morreu ontem (27) à noite em casa, em Ipanema, na
zona sul do Rio, de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.
Millôr era também desenhista, dramaturgo, jornalista, e
tradutor. Nascido no bairro do Méier, na zona norte do Rio, o escritor
gostava de contar que o sonho de sua mãe, de ter um filho chamado
Milton, foi transformado por um erro do tabelião, no cartório, quando o
pai foi registrá-lo. Em vez de Milton Viola Fernandes, ele foi foi
registrado como Millôr. Amanhã (29), a partir das 10h, o corpo
será velado no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária, do
Rio. Em seguida, será cremado, como ele havia recomendado à família e a
amigos. Millôr escreveu seu primeiro livro aos 10 anos, depois não parou
mais. Trabalhou em jornais e revistas. Na revista O Cruzeiro, durante anos a principal do país, ele assinou a coluna Pif-Paf. Foi um dos fundadores do jornal O Pasquim,
que se tornou emblema da crítica à ditadura (1964-1985). Como autor,
escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de fazer
exposições. Traduziu obras clássicas de Sófocles, Shakespeare, Molière,
Brecht e Tennessee Williams.
Fonte: Voz da Bahia
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