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10:08 AM
PRESO POR FRAUDE TRANSPORTAVA ATÉ 150 MIL LITROS DE LEITE POR DIA, DIZ MP
Cinco
dias após revelar uma fraude que adulterava o leite consumido no Rio
Grande do Sul, o Ministério Público inicia nesta segunda-feira (13) uma semana
crucial para dar sequência nas investigações. Um empresário preso
em Guaporé, na Serra, será interrogado às 14h pelo promotor Mauro
Rockenbach. Ele era proprietário de uma empresa que transportava, em média, 150
mil litros de leite por dia, segundo o MP.
Até
quinta-feira (16), as denúncias devem ser concluídas e encaminhadas à Justiça.
Além disso, o MP garante que vai solicitar novas prisões e que outras empresas
e indústrias suspeitas de compactuar com o esquema também serão ouvidas. O
município de Guaporé tem cerca de 22 mil habitantes e está situado a aproximadamente
190 km da capital gaúcha. Segundo a prefeitura, a indústria e a produção do
setor agrícola são os principais fontes de riqueza da cidade, onde também
funcionava o esquema que adulterava o leite. Os transportadores adicionavam
água e uréia ao produto para aumentar os lucros. Um empresário do ramo, que foi
preso pelo Ministério Público na Operação Leite Compensado, é suspeito de ser
um dos fomentadores da fraude.
Para
o promotor Rockenbach, não há dúvidas quanto ao envolvimento dele no processo
de adulteração do leite. O depoimento desta segunda-feira servirá apenas para
"oportunizar esclarecimentos”. "Esse empresário efetivamente adulterava o leite
que ele transportava. Ele coletava o leite com os produtores e levava até a
empresa dele, onde funcionava também um posto de resfriamento que misturava
água e uréia ao produto. E eles faziam isso porque sabiam desse relaxamento de
algumas indústrias que não têm teste de qualidade”, sustenta Rockenbach.
No
transporte do leite adulterado em Guaporé, outra constatação. "Para não serem
pegos em alguma vistoria, eles utilizavam uma técnica. Os caminhões tinham três
compartimentos e um deles ficava com o leite bom para amostra, caso algum
fiscal levantasse suspeita”, detalha o promotor. "Esse empresário, por exemplo,
trabalhava com uma média de 150 mil litros de leite transportado ao dia. Eles
lucravam muito, lucravam muito”, revela Rockenbach.
Depois
do depoimento do empresário, o promotor adianta que vai finalizar as denúncias
e encaminhar à Justiça até quinta-feira (16). Ainda não há um número exato, mas
a tendência é de que todos os presos sejam denunciados pelo Ministério Público.
O passo seguinte é trabalhar em outros pedidos de detenção. "Nós não
descartamos novas prisões nesse caso", afirma Rockenbach.