Uma norma da Polícia Militar de São Paulo acabou causando um mal-estar para uma torcedora-mirim do Palmeiras. A caminho do Allianz Parque no último domingo, para assistir à partida de sua equipe contra o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro 2016, a torcedora Maria Eduarda, de apenas sete anos, foi barrada na entrada do estádio por estar com o rosto pintado de verde e branco. “Eu fiquei sem reação. Ela ficou chateada e chorou um pouco. Só voltou a se animar quando o jogo começou. Como eu ia explicar que ela não podia entrar com o rosto pintado?”, afirmou o pai da criança, Edgar Nepomuceno, em entrevista ao Portal Uol. Apesar do entrave inicial, a jovem teve que tirar a pintura do rosto para adentrar no equipamento esportivo. “Comprei todo o material hoje de manhã, foi uma correria. Qualquer pai fica triste de ver seu filho chorando, ainda mais se for ela que gosta tanto do Palmeiras”, completou. Procurada pela reportagem, o major da PM Mário Alves da Silva Filho afirmou que não informado do caso especifico e acredita que faltou “bom senso” em barrar uma criança com rosto pintado. “Pessoalmente, eu teria o bom senso de permitir que a criança entrasse com o rosto pintado. Agora pegar cada policial e ver qual a decisão que ele toma ali na hora é difícil. A distância entre o policial que faz a vistoria para o sargento é cerca de dez metros. Então ele não pergunta, e tem que tomar a decisão ele mesmo. Às vezes, dão uma falhada. Bom senso para nós é o que está na lei, e é difícil fazer uma regra 'criança pode, adulto não'. Mas concordo que nesse caso foi além da conta.", argumentou. Apesar da orientação geral da polícia, utilizada para melhor identificar torcedores em caso de vandalismo ou brigas, este procedimento não está em nenhuma legislação. BN