
A poeira e a poluição de aerossóis na Ásia viaja pelo oceano e
contamina o ar de Estados Unidos e Canadá, provavelmente piorando os
efeitos das mudanças climáticas, revela um estudo publicado nesta
quinta-feira (2).
Aproximadamente a metade das partículas de aerossol na
América do Norte provêm de fontes de fora da região e a maioria é poeira
de origem natural, ao invés da produzida pela queima de carvão ou
outros combustíveis fósseis, destacou a pesquisa publicada na revista
Science.
Visto que as emissões de poeira poderiam aumentar devido a
condições meteorológicas cada vez menos úmidas e da seca e da
desertificação provocada pelas mudanças climáticas, os esforços da
América do Norte para deter a contaminação por si só não seriam
suficientes, destacou o estudo.
Ao contrário, disse, todas as nações devem trabalhar juntas para reduzir as emissões nocivas ao meio ambiente.
Os aerossóis importados poderiam prejudicar o meio ambiente,
mediante a absorção da radiação do sol, alterando a formação de nuvens e
os padrões de chuva e nevasca, assim como acelerando o degelo da neve
nas montanhas do oeste dos Estados Unidos, reportou o estudo.
A investigação se baseou em dados de um satélite de Estados
Unidos e França para vigilância do meio ambiente, chamado CALIPSO, que
permitiu aos cientistas identificar quais partículas de pó eram naturais
e quais tinham origem contaminante.
A equipe de cientistas foi integrada por especialistas da
Universidade de Maryland (leste), do centro da Nasa Goddard Space Flight
Center e da Associação de Universidades para a Pesquisa Espacial (USRA,
na sigla em inglês), em Maryland.
"Para mitigar os efeitos dos aerossóis sobre a mudança
climática regional, as ações de uma única nação são insuficientes. O
mundo deve trabalhar em cooperação e agir em sincronia para enfrentar os
desafios da saúde mundial em um planeta em transformação", destacou o
estudo. |