Cerca
de 30 pessoas já foram presas, algumas delas já estão na sede da
Polícia Federal em Salvador. Segundo informações, são 07 prefeitos,
secretários municipais e empresários. As prisões fazem parte da
operação Carcará que tem o objetivo de combater a fraude de licitações
públicas na Bahia. A operação foi deflagrada meses atrás e levou outros
envolvidos à prisão.
A
Polícia Federal está cumprindo 82 mandados de busca e 46 mandados de
prisão em Salvador e em mais 20 municípios do interior do estado. Sete
prefeitos do interior baiano estão envolvidos no esquema. Os de
Aratuípe, Cafarnaum, Itatim e Elísio Medrado já estão presos.
A
Polícia age desde a madrugada desta quarta-feira em várias regiões do
Estado. São mais de 450 agentes. Em Sapeaçu, foram presas várias
pessoas, mas o prefeito não foi localizado.
Em
Itatim, por volta das 7 h, a prefeitura foi cercada pelos policiais.
Três pessoas foram presas. O prefeito já teria sido capturado. Segundo
informações, a polícia estaria neste momento fazendo um cerco à
prefeitura de Santo Estevão, onde estariam a procura de uma
ex-funcionária municipal.
Os
mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de
Palmeira, Cravolândia, Itatim, Utinga, Cafarnaum, Lençóis, Aratuípe,
Ibicoara, Brejões, Cândido Sales, Santa Terezinha, Iraquara, Bonito,
Santo Estevão, Lamarão, Elísio Medrado, Mulungu do Morro, Souto Soares,
Castro Alves, Lafaiete Coutinho.
Na
sede da Polícia Federal, na Calçada, em Salvador, não pára de chegar
presos. O tumulto é grande, principalmente com a chegada da imprensa.
Haverá coletiva hoje, às 10h, na Superintendência da Polícia Federal em
Salvador.
Esquema desviou R$ 60 milhões
Com
as apurações foram encontradas irregularidades que revelam o desvio de
verbas da União em 20 municípios baianos, repassadas através de
Convênios, Fundos ou Planos Nacionais, destinadas à aquisição de
medicamentos, merenda escolar e execução de obras públicas por meio da
manipulação de concorrências.
O
montante envolvido nos contratos fraudados chega a R$ 60 milhões,
segundo o que foi estimado pela Controladoria Geral da União (CGU).
A
investigação teve início a partir de denúncia sobre a ocorrência de
possíveis crimes relacionados a procedimentos licitatórios envolvendo a
empresa Sustare Distribuidora de Alimentos Ltda, localizada em
Itatim-Ba, e outras pertencentes ou vinculadas ao grupo comandado por
Edison dos Santos Cruz. Estas teriam como atividade, a princípio, o
fornecimento de merenda escolar.
O
avanço das investigações permitiu que se constatasse a penetração da
organização criminosa que, contando com o auxílio de outros
empresários, diversificaram os ramos para o fornecimento de
medicamentos e obras públicas.
Foi
revelada nos bastidores da atuação de grupo empresarial a "divisão de
mercados” a partir de licitações "montadas”, utilização de notas
fiscais frias ou mesmo pelo superfaturamento dos preços praticados
pelas empresas investigadas. Em alguns casos constatou-se que sequer
ocorria a entrega do produto contratado.
Todo
o material apreendido será analisado pela PF e pela CGU, para que, ao
final da investigação, seja apresentado relatório conclusivo ao
Ministério Público Federal. |