Agentes da Polícia Civil se reúnem em assembléia a partir das 10h
desta quinta-feira (3) na Associação dos Funcionários Públicos do
estado, na Avenida Carlos Gomes, em Salvador. Os policiais irão
discutir a aprovação de uma paralisação de 72h. Nesta
quarta-feira (2), os agentes chegaram a anunciar o início da greve após
uma ação de policiais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) que
levou à morte do agente Valmir Borges Gomes, de 54 anos. Eles protestam
contra a ação dos colegas, já que acreditam que Valmir poderia ter sido
preso sem a necessidade do uso da violência. Nesta
quinta-feira (4), outros dois agentes envolvidos na ação e que estavam
em comapanhia de Valmir serão ouvidos na Corregedoria da Polícia Civil.
Entenda o caso Valmir Borges Gomes, 54 anos, foi morto por colegas da
Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), durante um confronto por
volta das 21h30 de ontem, na Avenida Paulo VI, no bairro da Pituba.
Agente da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), Valmir
estava em um Volkswagen Gol com dois homens quando foram surpreendidos
pelos policiais da DTE, que investigavam o envolvimento dos três em
crime de extorsão. De acordo com a delegada
Iracema Silva de Jesus, titular da Corregedoria da Polícia Civil
(Correpol), Valmir e os outros ocupantes do carro reagiram a abordagem.
Segundo moradores, o confronto foi intenso e vários carros foram
atingidos, além de fachadas de prédios. Em pânico, algumas pessoas
chegaram a invadir outras casas e estabelecimentos comerciais para se
proteger do tiroteio. A corregedora-chefe
informou que a vítima da extorsão é um jovem de 18 anos, que foi
flagrado com lança-perfume pelo policial e seus comparsas. A princípio,
Valmir pediu R$ 10 mil, mas acabou aceitando R$ 3 mil. O pai do rapaz,
entretanto, denunciou a extorsão à DTE já que os criminosos se
apresentaram como agentes da delegacia. Os policiais da Entorpecentes,
então, armaram o flagrante na Pituba onde houve o tiroteio. Baleado,
Valmir foi socorrido ao Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, mas
não resistiu. No carro, policiais da DTE
encontraram coletes e rádios comunicadores. Pouco depois do confronto,
houve uma intensa mobilização na Corregedoria da Polícia Civil, na
Chapada do Rio Vermelho, onde foi registrado o auto de resistência. Os
delegados Nilton Tornes, titular da DRFR, e Carlos Hibib, titular da
16ª Delegacia, na Pituba, acompanharam o trabalho. |