O juiz Luís Roberto
Cappio retomou as atividades na comarca de Euclides da Cunha, distante 315 km
de Salvador, nesta segunda-feira (21). Cappio havia sido afastado em abril
deste ano, após o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) acatar denúncia do
Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apontava indisposição do juiz com os
três promotores da comarca de Monte Santo, com serventuários da Justiça e com
delegado de polícia da cidade. Por conta disso, o Procurador Geral Adjunto do
Ministério Público da Bahia, Rômulo Moreira, pediu o afastamento do magistrado,
que ainda sofre processo administrativo.
O nome de Cappio ganhou
destaque por estar envolvido no caso de adoção ilegal de cinco crianças no
município de Monte Santo. Foi ele quem solicitou o retorno dos menores,
entregues irregularmente a casais paulistas, à cidade do interior baiano. Além
da comarca de Euclides da Cunha, o juiz também é responsável pela de Monte
Santo. À época, ele já se queixava da medida. Cappio alegou que os
desembargadores do TJ-BA foram induzidos ao erro pela argumentação do MP
baiano. Ainda segundo o juiz, era inadmissível que um magistrado fosse afastado
de suas atividades da forma como ele foi. Cappio afirmou ainda que continuaria
se defendendo até o fim, e que as pessoas responsáveis por tudo isso iriam
pagar judicialmente. Para o juiz, a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia foi
baseada em provas forjadas do MP-BA.
Caso Monte Santo
O caso Monte
Santo ganhou repercussão nacional quando a imprensa começou a noticiar que
cinco crianças tinham sido retiradas do convívio de seus pais, de forma ilegal,
e entregues para adoção para famílias paulistas. O juiz da comarca municipal,
Vitor Xavier Bizerra, afastado do cargo, além de intermediários, são acusados
de participar de um esquema de adoção ilegal que, de acordo com a
ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pode ter
ligação com um esquema de tráfico de crianças. Desde então,
membros da CPI do Tráfico do Tráfico de Pessoas ouviram a mãe dos menores,
Silvânia Mota da Silva, e estiveram nos municípios nos municípios de Monte
Santos e Euclides da Cunha para ouvir outros envolvidos e entender detalhes do
caso, que segue sendo investigado pela Justiça. Os menores voltaram à cidade e
ao convívio dos pais no dia 19 de dezembro do ano passado. Fonte: Aratu Online |