Três homens foram mortos a tiros na localidade de Inferninho, em Marechal Rondon, na segunda-feira. Parentes e moradores disseram que os rapazes foram executados por policiais militares, que cercaram a região em busca de um traficante conhecido como Bruninho. Jadson Nascimento Conceição, 21 anos, José Marcos Vinícius Santos Pinhos, 22, e Fábio José Neres, 29, já chegaram mortos ao Hospital do Subúrbio.
O caso é apurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado Jorge Figueiredo, diretor do DHPP, PMs da Operação Gêmeos receberam um chamado de que havia uma troca de tiros entre traficantes na localidade.
“Segundo a Polícia Militar, Jadson morreu no tiroteio entre bandidos. Foi quando a PM entrou e foi recebida a tiros por sete ou oito homens. No confronto com a polícia, José Marcos e Fábio morreram”, afirma Figueiredo.
Ainda conforme o delegado, armas e drogas foram apreendidas no local. Ele lembra que todo auto de resistência que não seja configurado crime militar é instaurado no departamento, conforme portaria do delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge.
De acordo com informações no Hospital do Subúrbio, Jadson foi levado à unidade por PMs que o encontraram baleado. Já José Marcos e Fábio foram atingidos no tórax e abdômen e, também levados à unidade por guarnições da PM.
O pai de Jadson, o técnico em telecomunicações Edvaldo de Freitas Conceição, 45, contou uma versão diferente da relatada pela polícia. Segundo ele, o filho, que era usuário de drogas, passou o dia com o amigo, José Marcos. Por volta das 17h, os dois saíram da casa e foram para a localidade da Mangueira, entre Marechal Rondon e Campinas de Pirajá.
“É um local onde os jovens se reúnem para usar drogas”, disse Edvaldo, segunda à tarde, no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues. Ele contou que os dois rapazes caminhavam até o local, quando alguém gritou, alertando que a PM havia cercado o Inferninho.
“Disseram para eles voltarem para suas casas. Eles retornaram correndo, deram de cara com os policiais e foram mortos”, contou Edvaldo. Ele disse não acreditar que o filho tenha sido morto numa troca de tiros entre gangues.
A mãe de Fábio, que pediu anonimato, disse que o filho tinha menos de uma semana que havia deixado a Penitenciária Lemos Brito. Ele estava havia oito anos preso por roubo.
Fonte: Correio