O mandado de prisão
foi expedido pelo juiz Sérgio Moro na início da noite de quinta-feira
(5) e, na sequência, Lula seguiu para a sede do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).
O ex-presidente se entregou à Polícia Federal quase 26 horas após o prazo dado pelo juiz para que ele se apresentasse voluntariamente.
Lula saiu a pé da sede do sindicato às 18h42 e caminhou até um prédio
próximo, onde equipes da Polícia Federal o aguardavam. A saída teve de
ser feita dessa maneira porque, por volta das 17h, Lula tentou sair de
carro, mas foi impedido pela militância.
De carro, Lula foi levado por agentes até a Superintendência da PF em
São Paulo, onde realizou exame de corpo de delito. Na sequência, seguiu
de helicóptero rumo ao aeroporto de Congonhas, e de lá decolou em avião
com destino a Curitiba.
O ex-presidente anunciou que se entregaria neste sábado, em um discurso
feito em frente à sede do sindicato. A fala durou 55 minutos e ocorreu
durante ato religioso em homenagem a ex-primeira-dama Marisa Letícia,
que completaria 68 anos neste sábado. Lula afirmou que não iria "correr”
e "nem se esconder”.
O ex-presidente também criticou as decisões do judiciário e disse que vai provar sua inocência.
O ex-presidente é acusado de receber o triplex no litoral de SP como
propina dissimulada da construtora OAS para favorecer a empresa em
contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as acusações e afirma ser inocente.
A defesa tentou evitar a prisão de Lula com um habeas corpus preventivo
no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o pedido foi negado pelos
ministros, por 6 votos a 5.
A defesa queria que a pena só fosse cumprida após o trânsito em julgado
do processo - ou seja, após encerradas todas as possibilidades de
recurso nos tribunais superiores, o que foi rejeitado.
Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, um dos defensores de Lula,
afirma que "o mandado de prisão contraria decisão proferida pelo
próprio TRF-4 no dia 24/01, que condicionou a providência - incompatível
com a garantia da presunção da inocência - ao exaurimento dos recursos
possíveis de serem apresentados para aquele Tribunal, o que ainda não
ocorreu".
Fonte: G1