A jovem Lorena Silva
Machado, 20, aguarda ansiosa o dia em que poderá reencontrar o pai, Flávio
Silva Santos, 42. Ele está preso há mais de dois meses e há 80 dias está no
Complexo Penitenciário da Mata Escura.
Segundo Lorena, o pai seria vítima de um erro da Justiça. "No processo consta
características físicas do suspeito que eles dizem ser o meu pai. Seriam um
homem de 20 anos e com tatuagem. Meu pai Não tem tatuagem e tem o dobro da
idade”, conta Lorena para o Bocão News.
Em primeira repercussão do
caso, divulgado na TV Recor Bahia, Lorena relatou que na última ocasião em que
foi detido, Flávio estava no Instituto Pedro Melo, quando tentava tirar a
segunda via da carteira de identidade, perdida em 2006. Ele não tinha
registrado ocorrência da perda. Segundo a família, a prisão foi
"injusta" e um "erro" da Polícia Civil, com
"consentimento" do Ministério Público do Estado (MP-BA) e Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA).
O advogado criminalista, Vivaldo Amaral viu a
reportagem na emissora e se comprometeu em ajudar a jovem que fez apelo pedindo
um advogado. "Pelo que vi no processo, a jovem parece estar certa. Mas tenho
que investigar o caso e nesta sexta-feira (20) vou até a Cadeia Pública para
conversar com Flavio. Em seguida estarei com juíza e promotoria da”, antecipou
Amaral para o site.
O suposto erro da Justiça tem mais um capítulo.
Existiam dois mandados de prisão, um deles expedido pelo juiz Cássio José
Barbosa Miranda, da 1ª Vara do Júri, em aberto no nome de Flávio desde 2007,
por crimes que, segundo a família, ele alega ser inocente. Flávio já era
considerado foragido.
Os documentos - O nome
dele consta em um inquérito policial que remonta ao ano de 2007, quando o
extinto Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermínio (Gerce) da Polícia
Civil investigava a atuação de uma quadrilha responsável por mortes e tráfico
de drogas. A gangue era chefiada por um criminoso identificado como João
Teixeira Leal, o Jão, que atuava em Pirajá, Marechal Rondon, Alto do Cabrito e
Parque São Bartolomeu.
Um dos mandados de prisão de Flávio Silva Santos
foi pedido pela delegada Luciana Cortes dos Anjos, que atualmente está na
Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em 2007, Flávio
teria sido conduzido à 1ª Delegacia Territorial (1ª DT - Barris), após tentar
tirar a segunda via da carteira de identidade. Mas teria sido liberado por um
delegado porque as testemunhas não o teriam reconhecido. Fonte: Bocão News |