Nos últimos dias uma noticia correu o Brasil através de jornais, TVs, programas de rádio, redes sociais, sites, blogs e no boca a boca. Jucélia Lima da Silva, 35 anos, moradora de Itaberaba – BA, disse ter conhecido
um velho milionário e com câncer em estágio terminal. Segundo a própria
Jucélia, o homem identificado apenas como Germano, disse está frustrado
coma vida e que pretendia por fim a própria existência. Convencido em
não cometer tal atrocidade contra a si mesmo, o velhinho moribundo
estaria agora a procura da boa Jucélia para deixar sua milionária
fortuna em forma de herança.
Até aqui uma história interessante e comovente, mas o que poucos
sabiam é que existe uma outra história de herança milionária envolvendo
esta mesma personagem. Jucélia foi noticia em jornais de grande
circulação a quase 12 anos. O site Itaberaba Noticia tomou conhecimento
na tarde desta quinta feira (26/01) de uma matéria veiculada no Jornal A
Tarde em 18/10/2000.
A Tarde, José Bomfim – 18-10-2000
A desempregada Jucélia Lima da Silva, 24 anos, está a ponto de ver
sua vida transformar-se em um conto de fadas. As dificuldades da gata
borralheira vão ceder espaço para o cotidiano de empresária com cartões
de crédito internacionais, cheque especial
e as mordomias dispensadas aos milionários. A mágica virá sob a forma
de uma herança superior a US$ 1 milhão deixada por um padrinho,
principal acionista de uma empresa
multinacional. Aturdida, Jucélia teme "olho grande” e a violência, por
isso pediu que não fosse fotografada. Sua atual realidade é triste.
"Nasci em Itaberaba, interior da Bahia, vim para Salvador há cinco anos.
Só concluí o 1º grau de ensino, consegui trabalho como empregada
doméstica, mas estou desempregada há um ano. No período eleitoral fiz
uns bicos”, diz Jucélia. De um relacionamento que ela pensou ser para
toda a vida, só lhe restou o filho Rafael, 8 anos. "Do pai dele não
tenho notícias”, frisa. E um detalhe que ela considera importante: "Sou
boa de bola, jogo na posição de atacante no Clube Comerciários”. Em um
pequeno apartamento em um bairro popular, ela mora com seu filho, a
tia, uma irmã e uma prima, que também tem um filho com nome de anjo,
Ariel, 8 anos. Só a tia e a prima Naíra Gouveia, 29 anos, estão com
trabalhos fixos. Orçamento apertado, qualidade de vida sofrível. Mas
tudo poderá mudar. Na próxima segunda-feira, chegam as passagens para
ela e Naíra irem para Madri, na Espanha. Lá, assinarão documentos que
vão abrir-lhes a porta de entrada do mundo dos ricos. Jucélia conta
que a origem da riqueza está no testamento feito pelo seu padrinho, um
certo Wilson, que ela não sabe bem o sobrenome. Esse cidadão, segundo
ela, nascido em Boa Vista do Tupim (Bahia), foi para Madri com 3 anos.
Lá, fundou a Wilson Exportation – dos enlatados Tio Wilson – e, numa de
suas vindas à Bahia, a batizou. Há três anos, Wilson, então com 48 anos,
veio a Salvador e marcou um encontro com a afilhada no posto eletrônico
banco 24 horas no bairro da Graça. Assalto "Ao chegar lá, deparei com
uma cena triste que até hoje me deixou traumatizada”, diz Jucélia,
lembrando que o padrinho sofrera um assalto e fora assassinado com um
tiro. Pouco tempo depois, diretores da empresa lhe mandaram uma carta
informando que Jucélia (denominada Júlia Wilson nos documentos da
empresa) tinha direito a uma fortuna deixada por Wilson em testamento
feito em 1997. Quanto? Mais de um US$ 1 milhão. E não foi só: os
espanhóis informaram a Jucélia que sua prima Naíra tem 1% das ações da
empresa. Ambas têm planos de reabrir na Bahia a fábrica de enlatados,
que funcionava em São Paulo. Querem gerar empregos e também ajudar os
familiares. Não são poucos. "Meu pai tem 32 filhos, embora com minha mãe
sejam só três. Vou mostrar a quem me negou ajuda que não guardo
rancor”, afirma Jucélia. A mão na bolada mesmo, as duas só vão colocar
depois de 24 de dezembro, data do 25º aniversário de Jucélia, como
determina o testamento.
Fonte: Itaberabanoticias