Na Chapada Diamantina e nas regiões oeste e norte, as queimadas estão
devastando grandes áreas de mata nativa em incêndios que saem do
controle por causa do calor, dos ventos e da baixa umidade do ar. Entre a
última sexta-feira e esta segunda-feira, 16, o Programa de Queimadas do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 756 novos
focos no estado.Este ano, a Bahia registra aumento de
21% no número de focos em relação ao ano passado, somando 6.451 focos
até esta segunda. Só nos primeiros 15 dias deste mês, foram
identificados 2.369 focos. Durante o mesmo período em 2016, o programa
do Inpe somou 1.415 incêndios.
Nesta segunda, o secretário estadual de
Meio Ambiente, Geraldo Reis, acompanhou o trabalho das equipes de
combate em Rio do Pires (a 767 km de Salvador), no incêndio identificado
na quinta-feira passada, na Serra de Santa Maria, no distrito de
Ibiajara. "Neste período de calor e seca, a população deve estar ainda
mais atenta aos cuidados de prevenção aos incêndios”, disse Geraldo
Reis.
Risco
No município, que faz parte da Chapada
Diamantina, o fogo está ameaçando diversas nascentes que abastecem a
cidade e povoados. Para reforçar o combate, que é difícil pelas
condições do terreno acidentado, um helicóptero do Grupamento Aéreo da
PM está, desde esta segunda, ajudando no deslocamento dos bombeiros
militares e voluntários da brigada Anjos da Chapada.
Em Luís Eduardo Magalhães (a 940 km de
Salvador), nesta segunda havia quatro grandes focos na zona rural. Para
acelerar o combate, as equipes do Corpo de Bombeiros e de brigadistas
voluntários receberam reforços de dois aviões (Airtractor) do programa
Bahia sem Fogo, que começaram a atuar no final de semana.
No município, o subgrupamento de
Bombeiros Militares registrou entre 16 de setembro e 16 de outubro 49
incêndios. A suspeita é que os incêndios têm origem criminosa. Moradora
de Luís Eduardo Magalhães, a professora Margarete do Vale, 46 anos,
reclamou de muita fumaça na cidade desde a semana passada.
"Está difícil conviver com a baixa
umidade do ar, as altas temperaturas e a fumaça. Estamos rezando que a
chuva chegue logo e que as pessoas sejam mais conscientes, deixando de
fazer queimadas”, alerta a professora Margarete do Vale.
Pilão Arcado
Na região norte do estado, um incêndio
devasta a fauna e a flora do bioma caatinga desde o final de setembro.
Pelas condições do clima, o incêndio ganhou força no último final de
semana.
Iniciado na localidade de Brejo da
Serra, o fogo está próximo de residências e áreas de cultivo. A
estimativa é que foram afetadas mais de duas mil pessoas das comunidades
de Anicente, Bola, Jurema dos Defesas, Mandarino, Nova Holanda e Zé
Lopes.
No município ribeirinho do lago de
Sobradinho, o combate com prepostos do Corpo de Bombeiros de Juazeiro
deve começar nesta terça, 17.
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