Vendedores ambulantes realizaram mais uma manifestação no centro da cidade no final da manhã desta quinta-feira (13). Eles interditaram a Avenida Senhor dos Passos para reivindicar a devolução de mercadorias e carros de mão, apreendidos pela fiscalização da prefeitura de Feira de Santana. A Polícia Militar foi acionada e algumas pessoas foram apreendidas.

A primeira manifestação foi realizada ontem (12) em frente à Prefeitura. Eles também bloquearam a Avenida Senhor dos Passos com caixotes e protestaram contra a ação de fiscais da Secretaria Municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Urbano, de recolher as mercadorias que estavam sendo vendidas irregularmente na Praça Bernardino Bahia, centro da cidade, próximo a Feira Verde.

A ambulante Ana Márcia explicou que alguns comerciantes não concordam com a Feira Verde, espaço criado pela prefeitura para abrigar os ambulantes que trabalhavam nas calçadas da Senhor dos Passos. Ela afirma que os ambulantes que ficam na parte de trás da Feira Verde não vendem bem e por isso saem com carrinhos de mão para vender fora do espaço.

“A gente quer uma feira aberta, pois quem está na frente consegue vender, mas os que estão no fundo não conseguem. A gente quer nossos pontos de volta. Eu espero que o secretário se reúna com a gente para resolver essa questão”, afirmou.

A ambulante Claudia Brito considera que a prefeitura deveria conversar com os ambulantes, antes do projeto Feira Verde, para chegar a um ponto em comum entre todos.

“Fizeram o projeto da Feira Verde, alguns concordaram e outros não. Isso cria um transtorno. Tinha que ter uma união. Eles tinham que ver a melhor solução, o melhor local para a gente trabalhar, tudo isso. Eu tenho banca na Feira Verde, mas o problema é que alguns estão sem poder trabalhar”, disse.
O secretário municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Junior, afirmou que existe um impasse entre os vendedores ambulantes. Ele destacou que o papel da secretaria é fiscalizar e retirar as pessoas que estão trabalhando de forma irregular.

“Estamos com esse problema, que já é de costume na cidade. As pessoas colocam carrinhos de mão em todas as esquinas para vender verduras e frutas, mas entendemos que no momento em que fizemos a Feira Verde, era para que todos se instalassem lá. Mas alguns começaram a colocar carrinho de mão para sair para o ponto de ônibus. Os que não fazem isso, ligam para a secretaria reclamando da situação. A cidade tem que ter leis para respeitar também os outros, a exemplo dos pedestres e das pessoas com deficiência”, destacou.

O secretário esclareceu que as mercadorias apreendidas não são devolvidas, por se tratar de produtos perecíveis, e os carros de mão só são devolvidos mediante o pagamento de uma multa no valor de carro de mão.

“Os produtos perecíveis são doados após a apreensão. Isso está dentro dos procedimentos e todos sabem disso. O carro de mão também não é devolvido. Se a pessoa quiser de volta, tem que pagar uma multa no valor do carrinho de mão. E tem mais: quando a gente apreende o carro de mão, descobrimos que ele não é do ambulante e sim de terceiros, que alugam. Por isso que eles fazem manifestação e fecham a rua. Existe uma estrutura empresarial por traz disso muito grande”, afirmou Borges Junior.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade