Uma mulher que estava no quarto mês de gestação passou maus
momentos na madrugada desta quarta-feira (8), em Feira de Santana. Joseane
Brito de Jesus, que reside no bairro Tomba, sentiu-se mau na noite de ontem (7)
e por volta das 4h começou a perder muito sangue.
Abortando, ela pediu ajuda ao familiar, Aldiney
de Castro, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas
foi informado de que não seria possível prestar o socorro. Por telefone, o
atendente explicou que não havia ambulâncias disponíveis, mas que ele poderia
socorrer a gestante em um veículo particular para o Hospital da Mulher, que ela
seria atendida.
"Peça para colocar o feto numa bolsa, numa
sacola. Se tivesse uma ambulância eu mandava na hora, mas pode ficar tranquilo
que quando chegar ao Hospital da Mulher ela será atendida na hora”, disse o
funcionário do Samu.
A ligação foi gravada por Aldiney, que seguiu o conselho do
atendente. "O bebê já estava saindo e eu percebi que ele estava sem vida.
Quando fomos ao hospital, disseram que não poderia recebê-lo porque ele já
estava morto”, contou.
Joseane foi atendida no hospital, porém o feto não foi
recebido na unidade hospitalar e teve que ser encaminhado para o Departamento
de Polícia Técnica, onde foi realizado o levantamento cadavérico.
Estrutura defasada em contato com o Acorda Cidade, a
coordenador do Samu, Maíza Macedo, informou que apenas seis ambulâncias atendem
toda a cidade e que no momento da ligação três estavam retidas no Hospital
Geral Clériston Andrade (HGCA) e outras três estavam realizando atendimento.
Ela disse também que o Samu está checando os horários da
ligação com os horários das demais ocorrências e enfatizou que o serviço
trabalha com a mesma estrutura de 2004. "Em oito anos e meio de funcionamento, trabalhamos coma mesma
estrutura que tínhamos em 2004. Quando nossas equipes chegam ao hospital e
ficam sem poder sair, afetam diretamente na população e na qualidade do
serviço”, explicou Maíza.
Segundo a coordenadora, houve uma reunião no
Ministério Público para debater a retenção de ambulâncias do Samu no HGCA por
falta de macas e ainda esta semana será feita uma intervenção na qual o
hospital terá que deixar cinco macas específicas para o Samu. "Já solicitamos e já fizemos várias reuniões
para que fosse feita uma tomada de decisão. porque a população não pode sofrer
as consequências das fragilidades da estrutura da Saúde”, declarou.
As ambulâncias ficam retidas porque os pacientes aguardam
atendimento nas macas do Samu, no interior do hospital. Fonte:Camaçari Notícias |