
A empregada doméstica Geane Eufrázio dos Santos passou por momentos de
desespero na manhã de domingo (27), ao chegar ao Hospital da Mulher, em Feira de Santana, em trabalho de parto. Ela não conseguiu atendimento e acabou tendo o bebê na recepção do hospital.
"Eu cheguei aqui sentindo muita dor, muita contração, tava lotado e não tive como ser atendida", relata Geane.
A sogra de Geane acompanhou toda a angústia dela, e conta que só depois
do nascimento do bebê, mãe e filho foram admitidos no hospital, mas a
nora ainda teve que ficar em uma maca no corredor.
"Chamou um, chamou outro... 'Ah, não posso fazer nada', 'Não tem
enfermeira, não tem médico', Eu disse não, chama o médico, e chamei um,
chamei outro... Gritei e disse: 'Vá acudir ela'. Foi que num instante
apareceu enfermeiro, mas ela acabou de ganhar nenê só", conta Dona Maria
Edelzuíte de Jesus Santos, dona de casa. O bebê, que ganhou o nome de
Wilson Júnior, nasceu saudável, com mais de três quilos, e passa bem.
A família de Geane não é a única que sofre com a falta de vagas no
Hospital da Mulher. Dentro do hospital, a superlotação é evidente. Entre
os casos encontrados, está o de uma mulher e o filho que foram
internados no consultório médico, porque faltou espaço na enfermaria.
Uma outra mulher teve que ficar na sala de curetagem. Já um bebê
prematuro teve que ser internado na sala de partos porque não tinha vaga
na UTI neonatal.
"Não tem lugar nem para examinar a paciente. Até mesmo no consultório,
estamos com paciente que pariu nesta madrugada e ficou no consultório
porque não tem onde colocar. Não tem onde examinar ningué, não tem nem
uma maca livre no hospital. Final de semana aqui em Feira o único
hospital que está trabalhando com dois médicos, pediatra, anestesista,
com 100% da equipe completa, é o Hospital da Mulher, então a demanda é
muito grande pra gente dar conta de tudo", diz Nayanne Lira, médica
obstetra.
Segundo Gilberte Lucas, diretora de gestão e saúde da Secretaria
Municiapl de Saúde de Feira de Santana, a situação no Hospital da Mulher
é mesmo crítica e piorou nas últimas semanas com a falta de médico
obstetra nos fins de semana no Hospital Geral Cleriston Andrade.
Atualmente o Hospital da Mulher conta com 68 leitos e tem a previsão de
aumentr em mais 20 leitos até o mês de outubro.
Fonte: G1
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