 A Polícia Federal realizou
na manhã desta quinta-feira (28) uma operação com o objetivo de desarticular
uma organização criminosa que fraudava o programa federal denominado Campanha
do Desarmamento. Durante a operação, foram cumpridos 12 mandados de busca e
apreensão, seis mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução
coercitiva nas cidades de Feira de Santana, Cícero Dantas e Antas, na Bahia, e
Fortaleza no Ceará. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Feira
de Santana.
Entre os presos estão o
coordenador nacional da ONG Mov Paz Brasil e diretor da Casa da
Paz, Clóvis Nunes, que foi encontrado em Fortaleza e terá que retornar
para Feira de Santana, e o irmão dele, que foi preso na manhã desta
quinta-feira, na casa onde mora.
Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão
na casa do Coronel Martinho, da Polícia Militar. No local foi encontrada uma
arma sem documentação e ele foi detido. Durante uma entrevista coletiva que
será realizada na tarde de hoje no Posto da PF, na avenida Maria Quitéria, a
polícia vai informar o motivo do mandado na casa do policial.
No programa de desarmamento, as pessoas entregavam
suas armas de fogo e eram indenizadas com um valor que varia de R$ 150 a R$
400, a depender do calibre. Em Feira de Santana, o Posto de Entrega voluntária
de armas e munições fica na Casa da Paz, no conjunto Feira V, onde mais de
quatro mil armas já foram entregues.
A fraude
De acordo com a Polícia Federal, estava sendo
investigada a inserção fraudulenta, no Sistema Desarma, de dados de armas
inexistentes e de cadastramento de armas artesanais como se fossem de
fabricação industrial com a finalidade de gerar guias de pagamento das
indenizações, causando prejuízo à União, no valor de aproximadamente R$ 1,3
milhão. Durante a investigação, a PF apurou que das "oito
mil e oitocentas armas de fogo que geraram indenizações no Sistema Desarma,
quatro mil não existiam e outras quatro mil e quatrocentas eram de fabricação
artesanal, não dando ensejo a qualquer tipo de pagamento nos termos da
legislação federal em vigor”.
A Polícia Federal apurou também que o núcleo
criminoso responsável pela fraude era constituído pelo coordenador nacional da
ONG Mov Paz Brasil, e por voluntários, inclusive o irmão dele, que atuava na
Casa da Paz, em Feira de Santana, além de outros estados da federação.
Fonte:
Acorda Cidade.
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