Trabalhadores das
obras do programa Minha Casa Minha Vida decretaram greve por tempo
indeterminado na manhã desta terça-feira, 21, após assembleia realizada em
frente ao canteiro de obras, no bairro Itapoan, periferia de Eunápolis, a 643km
de Salvador, extremo sul do estado.
De acordo com eles, a Construtora Sertenge S.A,
responsável pelas obras, não cumpriu os acordos feitos no final do mês passado,
quando houve uma paralisação de dois dias em reivindicação de pagamento de cestas básicas, melhoria na
alimentação, oferecimento de transportes, dentre outras. "Na próxima
quinta-feira, 23, faremos uma assembleia para avaliar como estão as negociações. Podemos voltar ao trabalho ou
não", declarou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção
Civil de Eunápolis, José Rodrigues.
No final de agosto deste ano, quando houve a
paralisação, foi realizado um acordo entre representantes do sindicato e da
construtora. Na ocasião, a empresa se comprometeu a pagar as cestas básicas até o dia 20 de cada
mês, bem como as cestas retroativas de operários que não receberam por conta da
não aceitação de atestados médicos.
A Sertenge ainda disse que iria
fazer a classificação correta de funcionários. Segundo o sindicato, alguns
vinham sendo colocados como ajudantes, ao invés de pedreiros. Foi
assegurada também a fiscalização da qualidade da alimentação servida. No
entanto, os operários disseram que nada foi cumprido.
Já o gerente de contratos da Sertenge, Eduardo
Garrido, garante que está tudo em ordem. "Está sendo tudo pago. Esse
pessoal do sindicato está querendo aparecer", disse. Garrido ainda
informou que vai ao Ministério Público do Trabalho (MPT) pedir providências com
relação ao assunto.
Em Eunápolis, estão sendo construídas 1,5 mil
unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. Mais de 60% delas
está concluída e previsão de termino das obras é janeiro de 2011. O custo total
da construção das casas ultrapassa os R$ 61 milhões.
Colaboração: Anatálio Costa
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