Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz confirmou a presença de um
segundo tipo de vírus da Aids em 15 pacientes no Brasil, todos em
situação de coinfecção com o vírus 1, que circula no país. Desde 1987,
pesquisadores discutem a presença do HIV-2 no país, mas o novo estudo
usou meios mais precisos de confirmação e encontrou o maior número de
casos.
Para o Ministério da Saúde, responsável pelas
políticas contra a doença, o estudo tem impacto principalmente sobre a
prevenção. Reforça a necessidade de uso da camisinha, por provar o
risco de uma pessoa ser infectada duas vezes no país, pelos dois vírus,
via diferentes exposições - o que pode ocorrer, por exemplo, na
existência de múltiplos parceiros sexuais.
"Mesmo infectada, uma pessoa tem de usar camisinha", afirmou o diretor
do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites
Virais da pasta, Dirceu Grecco. Ele destaca que o HIV-2, detectado pela
primeira vez no Senegal, em 1985, tem evolução mais lenta e é menos
transmissível. Porém, é resistente a uma das classes de medicamentos
contra a Aids.
Segundo informações da fundação, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estimou, em 2008, que a epidemia por HIV-1 atingia 34 milhões de
pessoas no mundo, enquanto o HIV-2 seria responsável pela infecção de 2
milhões. |