Moradores dos bairros que formam o
Complexo do Nordeste de Amaralina participam hoje da Oficina de Escuta do
Programa Pacto Pela Vida. Realizado pela Câmara de Prevenção Social do Pacto,
que tem representantes de 12 secretarias de Governo, o trabalho tem como
objetivo ouvir as sugestões e demandas de quem vive no bairro e a partir daí definir
as prioridades da ação social que será feita depois da instalação das bases
comunitárias de segurança, prevista para este semestre.
O encontro
realizado no Colégio Carlos Santana, no Beco da Cultura, no Nordeste de
Amaralina, conta com participação de populares, lideranças comunitárias e
representantes do poder público, como o secretário de Desenvolvimento Social e
Combate a Pobreza, Carlos Brasileiro. Ele explicou que o Estado oferecerá uma
série de serviços públicos. "Nós chegamos com a ação social antes da ação
policial até para valorizar a comunidade do Nordeste e adjacências. Estamos construindo
com eles as ações para que o bairro viva de maneira mais digna, participativa e
tenha seus direitos atendidos.”
Depois da plenária de abertura, a
discussão foi dividida em oito grupos temáticos que recolheram sugestões nas
áreas da educação, saúde, violências, cultura, infraestrutura social,
assistência social e segurança alimentar, geração de renda, esporte e lazer.
Cada morador participou do grupo de seu interesse.
Para o líder comunitário Evaldo
Filho, o momento é ímpar na história do bairro. "Trouxemos a comunidade para
pontuar algumas questões, como educação e saúde. O bairro precisa de uma escola
de segundo grau, uma escola técnica e de um posto de saúde 24 horas”.
Já a dona de casa Maria
Auxiliadora Conceição, quer ações voltadas para a educação e acompanhamento dos
jovens. "Sabemos que as principais vítimas do crime organizado e do tráfico de
drogas são os jovens, então acho que com uma priorização do trabalho nas
escolas, melhoria das áreas de lazer e esporte podemos mudar a realidade e
melhorar a vida de todo mundo aqui.”
Além das políticas
públicas que serão elaboradas com as sugestões dos moradores, o Pacto Pela Vida
já prevê a realização de algumas ações no Nordeste de Amaralina. Vão ser
oferecidos, por exemplo, cursos de capacitação para o trabalho, documentação
para o trabalho, ampliação da capacidade de atendimento do Centro de Referência
em Assistência
Social, apoio a recicladores e população de rua, implantação
de projetos de esporte e lazer, financiamento de projetos de inclusão produtiva
e campanhas contra a exploração sexual.
As bases comunitárias
de segurança do Nordeste de Amaralina vão contar com
360 policiais que participaram do curso de Operador de Policiamento
Comunitário. O bairro é uma das áreas com os maiores índices de violência da Capital.
Mais de 120 mil pessoas moram na região, cerca de 30 mil desses moradores
integram o Cadastro Único do Bolsa Família, 55% tem menos de 29 anos, 90% são negros e pardos e 65,5% estão
desempregados. Segundo o secretário Brasileiro, os números reforçam a
importância de uma grande ação social para reverter o quadro de pobreza e
promover o desenvolvimento.