O
esquema visava beneficiar ele próprio e mais 14 funcionários ou
prestadores de serviços do município. "O esquema fraudulento gerou uma
restituição indevida do Imposto de Renda que variou de R$ 5 a R$ 8 mil
para cada um”, diz o vereador Marcão, de Uibaí, cidade a 36 km de Irecê.
O
esquema veio a público porque um dos supostos beneficiados, Pedro
Pereira Machado, não ficou satisfeito com a "divisão do lucro” e
denunciou. "O valor restituído é fora da realidade da renda real desses
servidores, uma vez que cada um recebe no máximo R$ 25 mil no ano”,
explicou Marcão.
"Para
justificar a restituição do Imposto de Renda, eles teriam que ter
recebido durante o ano, cada um, uma renda superior a R$ 100 mil”,
reforçou. "O caso já é do conhecimento da Receita Federal, que enviou
um delegado até Irecê, onde tem sede na região, para fazer a
investigação”, informou.
Segundo
as denúncias, além do contador da Prefeitura, José Carlos Macedo
Alecrim, os outros envolvidos são Hermínio de Carvalho Rocha, Marcos
Evangi Souza Pontes, Antônio Machado Alecrim, José Ferreira Rocha, José
Antônio Oliveira Dourado, Zilardo Brito, Eliezer Alcindo Rocha, Cleone
Souza Batista, Pedro Pereira Machado (o denunciante), Paulo Gomes dos
Santos, Hertz Venâncio do Nascimento, Marques Novais Ferreira, Ricardo
Filgueira Machado e Amilton Souza Rocha.
Prefeito tenta impedir CPI
O
vereador Marcão disse ainda que o Prefeito Pedro Rocha Filho (PT) e o
presidente da Câmara, Luiz Machado, "vêm fazendo de tudo para impedir a
criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar
o caso, o que nos leva a pensar que existem coisas a serem escondidas”.
Segundo
Marcão, o prefeito abriu uma ‘sindicância’ para apurar os fatos para
tentar enganar a população. "O que ele fez foi uma auto-auditoria, uma
vez que a ALCONTA (empresa contratada) é a mesma que faz a
contabilidade da Prefeitura”, revela. "Inclusive, esta empresa foi
acusada pelo próprio Marcão de ser culpada pelas irregularidades,
conforme parecer do Procurador do Município, Dr. Aderlan Porto”,
acrescentou.
Amparado
em parecer da Procuradoria do Município, Marcão informou que os
vereadores estão entrando com um mandado de segurança visando garantir
a instalação da CPI. Dos nove vereadores do município, quatro seguem a
orientação do prefeito, quatro são da oposição e um é independente.
Além
de Marcão, assinaram o requerimento para instalação da CPI os
vereadores Armênia Borges Machado e Viviana Bezerra. "Diante de tudo
disso, às vezes me sinto envergonhado de ser político. Mas nós
precisamos mostrar para a população que a nossa função é defendê-la,
por isso vamos continuar lutando para elucidar esse escândalo”,
desabafou o vereador tucano. |