A Conferência de Juventude da Bahia foi realizada pela primeira vez no Conjunto Penal Feminino, em Salvador, nesta terça-feira (20). Cerca de 30 detentas participaram da Conferência, compartilhando suas histórias de vida e desejos. O evento é uma iniciativa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Cinco eixos foram discutidos: políticas públicas; a questão da saúde no Conjunto Penal; qualificação profissional; educação e prática de esportes; cultura e lazer. O objetivo da ação é fazer com que as jovens que estão privadas de liberdade se expressem e opinem sobre os assuntos pautados.
O assessor da Superintendência de Ressocialização da Seap, Tarcísio Santiago, explica a importância do evento para as detentas. “A Superintendência de Ressocialização entende que essas mulheres tem que passar pra nós quais as reais necessidades com relação à cultura, ao esporte e à qualificação profissional. A reintegração social dessas mulheres perpassa por tudo isso”. A diretora do Conjunto Penal, Luz Marina, acrescenta que “essa reintegração vai ser ótima para nós da sociedade, porque nós vamos estar com elas e poder conviver de uma melhor forma possível”.
Políticas públicas
Criada pela Lei 12.212, de 4 de maio de 2011, a Conferência tem por competência geral coordenar, articular e integrar os programas e ações do Governo do Estado à Política Estadual de Juventude e desempenhar as atividades de Secretaria-Executiva do Conselho Estadual de Juventude.
“A ideia é que tudo isso aqui vire política pública. É projeto que está saindo da cabeça das detentas e que vai voltar pra cá com a melhoria da condição, com incentivo à ressocialização”, explicou uma das coordenadoras de políticas para a juventude da SJDHDS, Sara Prado.
Demandas
Na ocasião, as detentas solicitaram a realização de cursos diversos, como corte e costura, pintura e confeitaria. Segundo Luz Marina, há outras práticas e projetos aplicados na unidade que melhoram a situação delas. “Temos projetos de escrita, de leitura, poesia, de música, mas a gente luta para que venham projetos de cunho empreendedorista”, disse.
Uma das jovens participantes, Marceli Pinheiro, aprovou a ação: “Eu achei muito importante, pois podemos expressar o que sentimos e o que necessitamos”. Nesta terça (20), a Conferência também foi realizada nas dependências do Complexo Penitenciário da Mata Escura e na Penitenciária Lemos Brito.
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