Um músico e uma professora universitária foram presos no fim da tarde
desta quinta-feira (18), na BR-101, em Eunápolis, sob a suspeita de
estarem seqüestrando um bebê de três dias.Jeferson Costa Fonseca,
33 anos, e Adriana Machado de Souza, 41, seguiam com a criança em um
Fiesta preto. O destino era o Rio de Janeiro.Os agentes da Polícia
Rodoviária Federal foram avisados pela polícia de Aurelino Leal, no Sul
da Bahia, de que o casal tinha seqüestrado um bebê na cidade. A mãe
tinha feito a denúncia.A princípio, segundo o inspetor Cláudio
Santos, da PRF de Eunápolis, eles negaram o crime e chegaram a mostrar
uma certidão de nascimento, para comprovar que seriam os pais.Não demorou muito para a polícia descobrir toda a história. Jeferson e Adriana, na verdade, não eram os pais do bebê.‘Eles
custearam toda a gravidez de uma adolescente de 16 anos, com
alimentação, remédios e outros recursos, com a promessa de que a mãe
lhes entregaria o bebê’, afirma o policial.O último mês de gravidez
da jovem no município do Sul da Bahia foi acompanhado pessoalmente pelo
casal. Após o nascimento, eles conseguiram registrar a criancinha no
cartório de Ubaitaba, um município vizinho, como se fosse seus.Só
que a mãe biológica se arrependeu e logo que o músico e a professora
deixaram a cidade, foi à delegacia e registrou uma queixa de sequestro.O
bebê, que está em boas condições de saúde, foi encaminhado pelo
Conselho Tutelar para a Creche S.O. S Vida, de Irmã Terezinha, onde vai
passar a noite. Nesta sexta, policiais civis e conselheiros tutelares
de Aurelino Leal virão buscá-la.A polícia agora vai investigar como o
casal obteve a guia nascimento, um documento da maternidade, com o qual
é feito o registro de nascimento no cartório.Adriana e Jeferson não
quiseram dar entrevista, mas teriam dito a um policial que a
adolescente não tem pais e que pretendia, já aos dois meses de
gestação, fazer um aborto.Jeferson era natural de Aurelino Leal,
mas morava no Rio de Janeiro com a mulher. Como não conseguiram ter
filhos, ele pediu aos parentes no município baiano para providenciar
um. Mas, em vez de seguir os procedimentos legais de uma adoção,
resolveram agir à margem da lei. |