Ela conhece bem o que é preconceito e por isso mesmo decidiu concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Camaçari.
A
travesti Natasha Kiss é um dos 27 candidatos baianos do segmento LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que disputam as
eleições municipais deste ano. Todos eles são candidatos a vereador e
avisam que suas bandeiras vão além da pauta LGBT. No Brasil, o número de
candidatos que se assumem como homossexual chega a 110 nesta eleição.
Desses,
apenas um disputará a eleição para prefeito - Renan Palmeira,
candidato do PSOL à Prefeitura de João Pessoa (PB). Vinte e dois
partidos apresentaram candidatos gays, sendo que os de esquerda lideram a
lista, puxados pelo PT.
Segundo
a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (ABGLT), que pretende eleger entre 15 e 20 candidatos, esse é
o maior número de gays já registrados em eleições no País. Perseguem o
mesmo caminho trilhado pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ),
homossexual, e a vereadora de Salvador Léo Kret do Brasil, uma
transexual que tentará conquistar o segundo mandato.
Marcelo Cerqueira, presidente do
Grupo Gay da Bahia (GGB), considera um marco importante o número
recorde de candidatos gays, porque mostra que o segmento está mais
organizado para enfrentar a onda de homofobia no Brasil, que, segundo as
estatísticas, mata um homossexual a cada dia. "Claro que as
candidaturas LGBT têm importância, porque a gente só vai ter poder de
decisão quando a gente eleger nossos candidatos.
Só através das ONGs, o movimento
é fraco", entende Cerqueira. Ele adverte, contudo, que não basta
conquistar o mandato. Para o dirigente, é preciso que cada candidato
tenha uma atuação social junto à comunidade, dialogue com os vários
setores e defendam, no Legislativo, as bandeiras do segmento.
Fonte: Atardeonline |