O policial militar Antônio Lopes da Silva Junior, que foi
encontrado morto na manhã desta sexta-feira (29) em Jauá, em Camaçari, na
Região Metropolitana de Salvador, foi o mesmo
que encontrou um bebê dentro de uma caixa de sapato no
último dia 22. A informação foi confirmada pela Polícia Militar.
O carro dele, um
Vectra Hatch preto, foi encontrado abandonado na noite da quinta-feira (28), em
Vida Nova, no município de Lauro de Freitas. Ele estava estacionado nas
proximidades da loja de brinquedos Acalanto.
O veículo do soldado tinha marcas de disparos de arma de
fogo e vestígios de sangue no teto. Ainda de acordo com a PM, buscas estão
sendo realizadas com a intenção de localizar e prender os autores do crime,
cuja autoria e motivação ainda não foi divulgada pela polícia.
O policial, da Operação Gêmeos, resgatou a criança abandonada pela mãe em um
ponto de ônibus no bairro do Lobato. Ele percebeu que o bebê ainda estava com
cordão umbilical e parte da placenta e o socorreu até o hospital do Subúrbio.
O estado de saúde do recém-nascido é
considerado delicado, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
O bebê continua internado na Maternidade Albert Sabin e não tem previsão de
alta médica. Ele contraiu uma infecção e o quadro clínicio piorou na
terça-feira (26).
Mãe é procurada
Investigadores da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o
Adolescente (Dercca) estão em busca da mãe do recém-nascido. A delegada
Simone Malaquias acredita que a mãe do bebê pode ser uma aluna, funcionária ou
ter alguma ligação com a escola Landulfo Alves. "As duas camisas de
uniforme escolar são pistas importantes para se saber quem e o que levou ao abandono
do recém-nascido", diz. A delegada está mantendo contato constante com o
Juizado da Infância e do Adolescente.
Ela acredita ainda que o bebê esteve
exposto a riscos até de morte por ser deixado sozinho no ponto. "Ele
poderia ter desidratado ou ser atacado por algum animal", explica.
Para a delegada, o fato de não poder
criar o filho não justificaria a ação de deixá-lo na rua. "O primeiro
passo para evitar o abandono é procurar pelo Juizado da Criança e Adolescente
ou o Conselho Tutelar para receber orientações". Ainda sem nome, o menino
ganhou o apelido de Albertinho pelos funcionários da maternidade onde está
internado. |