
Oitenta e quatro dias. Esse foi o período que Romário Alves Maciel,
25 anos, ficou preso por engano na 18ª delegacia de Camaçari, região
metropolitana de Salvador, no lugar do irmão. A liberdade ocorreu nesta
quinta-feira (19). "Eu fiquei alegre demais quando o carceireiro chegou
e falou para eu pegar minhas coisas e ir embora. Eu comecei a chorar",
emociona-se Romário. A prisão foi decretada no dia 25 de abril de 2012.
Segundo Romário, por causa de uma queixa da ex-companheira na Delagacia
Especial de Atendimento à Mulher, os policiais descobriram que havia um
madado de prisão preventiva em aberto por roubo em seu nome. "A única
coisa que me veio na mente foi ligar para meu tio, contei tudo pra ele e
depois de uns cinco minutos a ficha caiu e eu pensei que só poderia ter
sido o meu irmão. Falei com os agentes, pedi para puxarem a ficha do
meu irmão e viram que tinha vários delitos, vários furtos", relata. O
irmão dele é morador de rua, usuário de drogas e está "sumido", segundo
conta. Apesar da ficha extensa do irmão, o jovem permaneceu
preso. Foi então que começou a luta da família para provar a inocência.
Ele explica que o seu irmão é analfabeto e, por isso, não pôde assinar o
nome que teria dado, o de "Romário", apenas colocou as digitais. "Eu
dou graças a Deus porque se ele estivesse assinado o meu nome as coisas
seriam mais complicadas", relata. A constatação da inocência foi
permitida através da comparação das digitais, realizada no mês de junho.
"Ficou comprovado que o furto quem fez foi o meu irmão. Oadvogado e meu
tio continuaram correndo atrás para me libertar", descreve o jovem.
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