Por: Milton Santos

Estão eternizados nos anais da história brasileira muitos acontecimentos que foram oriundos de muitas lutas, sacrifícios e abdicação do conforto e das vantagens pessoais dos envolvidos nas tais causas.

Na ocasião da visita do Excelentíssimo Governador do Estado da Bahia, Senhor Jacques Vagner, duas demandas foram expostas pela população de Capim Grosso:  A primeira foi a reabertura do Hospital Nossa Senhora da Saúde e a construção de uma nova unidade hospitalar. Já a segunda cobrança, e talvez a que mais provocou histeria e ansiedade, esteve voltada para a segurança pública de Capim Grosso no que se refere ao retorno do Tenente Marcos José ao comando do 5º Pelotão de Polícia Militar.

O Governador, claro, fez o politicamente correto, prometeu que a  unidade hospitalar acima citada seria reaberta no máximo até o início do mês de março e quanto ao Tenente Marcos José, a maior autoridade política do estado informou que havia telefonado no dia anterior para o Coronel Castro, comandante da Polícia Militar da Bahia, e a informação da conta que em no máximo dez dias o comandante estará de volta à sua função.

Claro que para mim foi impossível não pensar bastante em como essa segunda cobrança influenciou diretamente para que eu hoje estivesse fora dos holofotes radiofônicos, afinal, fui perseguido por fazer críticas à segurança pública de Capim Grosso, ou no caso em questão, a falta dela, e paguei um preço alto por isso após ser afastado das minhas funções tendo sido esta a única alegação apresentada. Essa manifestação de hoje em prol do retorno do Tenente Marcos José ao comando do 5º Pelotão de Polícia Militar de Capim Grosso mostra claramente que eu tão somente estava reproduzindo nos microfones os anseios da população, diferentemente de outros comunicadores que preferem sucumbir às pressões daqueles que deveriam cuidar da nossa segurança e não o fazem, bem como fazer vistas grossas e manter a boca fechada simplesmente para fazer média com os tais pressionadores.

Não estou aqui endeusando a figura do Tenente Marcos José mas sempre abordei os méritos do seu trabalho e não foi por obra do acaso que ele obteve comprovadamente 93% de aprovação por parte da população, sempre o defendi em suas árduas lutas em prol da diminuição da criminalidade, e acreditem, já utilizei os microfones em uma dada oportunidade para reproduzir insatisfações minhas e do povo por não concordar com algumas situações. Fiquei frente a frente com o militar, demandamos e chegamos a um consenso, isso se chama independência, palavra que infelizmente nem todos podem dizer que trazem consigo, do contrário, preferem perseguir aqueles que tentam agir de tal maneira.

Obrigado povo de Capim Grosso, vocês deram um show de cidadania e ainda por cima mostraram a alguns covardes do quinto poder que quando o povo quer as coisas acontecem, que é realmente preciso ir a luta sem temer pressões daqueles que são nada mais que nossos empregados, pagos com nosso dinheiro para nos defender e por essa razão nos devem satisfações quando observarmos que os nossos direitos estão sendo garfados.  Essa mobilização me deixa de consciência tranquila pois retira dos meu ombros a culpa que me foi imputada e mostra que, mesmo me expondo e tendo me tornado alvo de uma ação arbitrária na qual me foi negada a possibilidade de defesa, com tudo isso, fui tomado por um lampejo de felicidade e paz de espírito, como se Deus soprasse em meu ouvido e me dissesse: "Tende bom ânimo, você fez o melhor que estava ao alcance e eu estou contigo”.