A Justiça Federal vai ouvir no próximo dia 06 de outubro outras duas
integrantes da quadrilha acusada e processada pelo crime de tráfico
internacional de pessoas, deflagrado em Feira de Santana. A audiência
será às 09 horas. Apesar da condenação de seis pessoas
acusadas pelo mesmo crime, Thayse de Lima Barbosa e Vera Lúcia Pereira
dos Santos ainda não foram julgadas pela Justiça. Ambas, foram
extraditadas a pedido da Justiça brasileira. Elas estavam presas na
Espanha e somente agora serão interrogadas.Na mesma data serão ouvidas
as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Federal
(MPF). A defesa das acusadas não indicou testemunhas.
Mês passado, a Justiça Federal condenou seis pessoas denunciadas pelo
Ministério Público Federal (MPF) por crimes que variaram entre tráfico
internacional de pessoas, quadrilha, concurso material e divulgação de
dados reservados.O CRIME A denúncia do MPF foi desdobramento
da Operação Princesas do Sertão, que desarticulou, há quase dois anos,
uma quadrilha que aliciava mulheres em Feira de Santana promovendo ou
facilitando a saída delas para prostituição em clubes situados no
balneário de Ibiza, na Espanha, e na cidade de Brescia, na Itália.
Das 11 pessoas denunciadas pelo MPF, foram condenados Adalto Ferreira
de Andrade; Bruno Silva de Santana, Rogéria Matos de Santana, Ylana
Caetano Dias, Cristine Leão Batista e Odemício dos Santos Dias a penas
que variaram de 11 anos de reclusão, detenção e multa a prestações
pecuniária e de serviços à comunidade. As rés Thayse de Lima Barbosa e
Vera Lúcia Pereira dos Santos ainda respondem o processo. O MPF vai
recorrer da absolvição de Frank Oliveira Borges e de César Negrão do
Rosário. Fly da Costa Silva foi absolvido a pedido do MPF.
A quadrilha atuava por meio de dois ramos - um italiano e outro
espanhol - que aliciava mulheres no município de Feira. As passagens
aéreas das vítimas eram compradas com cartões de crédito clonados por
estelionatários de Salvador/BA e Vila Velha/ES. Para a compra dos
bilhetes aéreos, eles violavam o sigilo funcional do sistema
informático da Secretaria de Segurança Pública da Bahia a fim de obter
dados pessoais dos titulares dos cartões a serem clonados. O crime era
viabilizado por meio da senha de um policial civil, que tinha
conhecimento de todo o esquema.
A investigação foi iniciada em fevereiro de 2008 com base em dados
fornecidos pelo Departamento de Crimes contra a Vida, da Polícia Civil.
Estima-se que, entre janeiro de 2007 e setembro de 2008, a quadrilha
tenha enviado ou tentado enviar para a Europa 37 mulheres, em vôos que
partiram dos aeroportos internacionais de Salvador, Guarulhos (SP) e
Rio de Janeiro (RJ).
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