Oito em cada dez bandidos listados pela Secretaria da Segurança
Pública (SSP-BA) como os mais perigosos da Bahia atuam no interior. O
levantamento foi realizado com base no Baralho do Crime, ferramenta do
governo que reúne os 52 homens e mulheres mais violentos do estado. A
maioria é procurada por envolvimento em homicídios e com o tráfico de
drogas. Na semana passada, a SSP-BA anunciou a atualização de 11 das 52
cartas. Feira de Santana lidera a lista dos municípios interioranos com o
maior número de bandidos de alta periculosidade. São cinco procurados. A
cidade fica atrás apenas de Salvador, com 10. Feira é seguida por
Candeias (4), Jequié (4), Teixeira de Freitas (3) e Vitória da Conquista
(3). O Baralho do Crime foi criado para estimular a população a ajudar a
polícia na busca dos criminosos mais procurados pela polícia. Ele é
atualizado conforme as prisões e mortes dos integrantes da lista.
William Santos Santana, o Choquito, por exemplo, foi preso no final do
mês passado em Eunápolis, no Sul do estado. Ele era o Rei de Espadas do
baralho e foi substituído por Edson Valdir Souza Silva, suspeito de ter
matado cinco pessoas em Maiquinique, no Sudoeste, por disputas pelo
tráfico de drogas na região. Apesar de uma operação especial organizada
por policiais da 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior
(Coorpin/Itapetinga) para prendê-lo, ele fugiu e entrou para o baralho
na semana passada. Interiorização O
advogado criminalista, policial da reserva e integrante da Associação de
Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), Dinoermeson Tiago,
destacou que existem cidades em que apenas dois homens realizam o
policiamento ostensivo e que essa falta de estrutura das polícias nos
municípios serve de incentivo para a bandidagem. "Um dos fatores que
contribuiu para que esses criminosos migrassem para o interior é a
ausência de policial em algumas cidades”, destacou. Dinoermerson ainda
acredita que a valorização do policial, a compra de material bélico e a
realização de concursos para policiais atuarem no interior é essencial
para o combate ao tráfico de drogas e homicídios. Em agosto do ano
passado, a facção Bonde do Maluco surgiu de dentro do Pavilhão V do
Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Sob o comando de
José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, o grupo se ramificou por diversos
bairros da capital e municípios da Região Metropolitana. Zé de Lessa é o
Ás de Ouro e atua em tantas regiões que não existe um município
específico para ele no Baralho do Crime. Ele e Antônio Moreira de Costa
Júnior, o Tentem ou Junior do Gás, são os únicos nessa situação. Esse
último age, principalmente, em municípios do Recôncavo e cidades como
Sapeaçú, Castro Alves, Conceição do Almeida e Feira de Santana.
Fonte: Voz da Bahia
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