Afiliadas da Globo, da Record, do SBT e da Band e uma série de pequenas
rádios são de propriedade de 61 políticos eleitos no último dia 3. O
patrimônio declarado em empresas de rádio e TV é de cerca de R$ 15
milhões.Na campanha, esses meios de comunicação podem, em tese, ajudar a promover a imagem de seus sócios.Levantamento
da Folha com declarações de bens localizou 91 participações em rádio e
TV. Entre elas, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e as famílias de
Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney
(PMDB-MA).A lei permite que ocupantes de cargos no Executivo ou
Legislativo sejam sócios de empresas de rádio e TV e proíbe que estejam
à frente da gestão das emissoras, o que é pouco fiscalizado.O maior
patrimônio declarado é de Júlio Campos (DEM-MT), eleito deputado
federal: uma rede de TV de R$ 2,9 milhões. A seguir, vêm os irmãos
Roseana (DEM) e Zequinha Sarney (PV).Dos 61 eleitos, pelo menos
dois deputados participam da Comissão de Comunicação da Câmara, que
aprova as renovações de rádio e TV: Antônio Bulhões (PRB-SP) e Arolde
Oliveira (DEM-RJ).Também fazem parte Jader Barbalho e Beto Mansur
(PP-SP), que ainda dependem da decisão da Justiça sobre a Lei da Ficha
Limpa para ter novos mandatos.No Maranhão, as quatro maiores TVs estão nas mãos de políticos.A
Globo local pertence à família Sarney. A família do senador Edson Lobão
é ligada ao SBT. A Record é da família do deputado Roberto Rocha
(PSDB), e a Band, ligada a Manuel Ribeiro (PTB), eleito deputado
estadual.O ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB) tem
participação na rádio Cabugi do Seridó, no Rio Grande do Norte, ligada
à família dele. No site da emissora, antes da eleição, havia notícias
elogiosas a ele, que se reelegeu.Para Celso Schröder, presidente da
Federação Nacional dos Jornalistas, o lado fiscalizador fica
enfraquecido com a ligação com políticos. |